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GERENCIANDO UM PROGRAMA DE MOBILIZAÇÃO

Executando um programa de mobilização

por Phil Bartle, PhD

traduzido por Raphael Corrêa


Dedicado a Gert Lüdeking

Introdução ao Módulo

O que é preciso para gerenciar um Programa de Capacitação?

Introdução:

Talvez você seja um coordenador distrital, com dois ou três mobilizadores fazendo trabalho de campo. Ou talvez trabalhe para um ministério governamental ou para uma ONG (nacional ou internacional). Ou então seja o único mobilizador em um distrito, autônomo, e tenha que se reportar para um administrador que nada entende sobre capacitação comunitária. Talvez você esteja trabalhando para um projeto assistencial internacional, multilateral ou bilateral, e seja responsável pela parte do projeto relativa à participação comunitária.

De qualquer forma, em geral, você está num patamar intermediário, com supervisores acima de você que provavelmente entendem muito pouco sobre capacitação comunitária (como que um conjunto de ideais difusos ao invés de uma série de ações concretas).

Se você possui uma equipe de campo, é provável que ela não tenha nenhum treinamento formal no assunto e que seus integrantes busquem em você orientação e direção. Se for o caso, praticamente todos os módulos neste sítio serão úteis a você de diferentes maneiras.

Este módulo aborda algumas questões de gerenciamento que são características da execução de um programa de capacitação. Não se trata de gerenciamento em geral, uma vez que ambos os tópicos foram abordados em outros dois módulos (Gestão Participativa e Treinamento Gerencial).

Você precisa envolver sua equipe de campo no processo de tomada de decisões e isso pode ser feito através da descrição de funções, de reuniões, de revisões anuais e de um enfoque participativo de gestão. Você precisa organizar seu departamento para agir, e as Quatro Questões-chave podem ajudar você e sua equipe nessa tarefa.

Entenda a Mobilização:

Todo administrador deve estar familiarizado com as profissões da equipe que supervisiona. Isso é válido principalmente quando a profissão relaciona-se com a capacitação comunitária.

Se, entretanto, você ainda não está, deverá aprender alguns métodos e princípios de uma mobilização. Pense como um mobilizador e sair-se-á melhor gerenciando um programa de mobilização. Use os documentos a seguir para criar o seu próprio programa.

Conheça alguns dos princípios básicos:
  1. prefira o desenvolvimento ao invés da caridade,
  2. o esforço (a prática) aumenta a força,
  3. valorize os pontos fortes e não insista nos pontos fracos,
  4. entenda a perspectiva social,
  5. encoraje e estimule ao invés de controlar,
  6. pratique e estimule a transparência, a coragem, a tolerância, o respeito e o altruísmo; e
  7. promova a participação (especialmente no processo de decisão) em todas etapas do desenvolvimento e do treinamento.

O treinamento contido neste site pode ajudá-lo a entender o processo de capacitação comunitária e o desenvolvimento de capacidades. Se você já possui esses conhecimentos, revise-os. Se você é novo na profissão, estude-os.

Apoie e Encoraje:

Lembre-se que um administrador possui apenas uma ferramenta: as pessoas.

Um digitador talvez dependa de sua máquina de escrever; um motorista, de seu veículo; um escavador, de sua pá, mas um administrador é totalmente dependente das pessoas que comanda. Se você fizer o trabalho dessas pessoas, você não será mais um administrador. Assim como o motorista tem de cuidar do veículo e o digitador de sua máquina de escrever, você precisa auxiliar e apoiar as suas pessoas, sem as quais você não conseguirá ter sucesso em sua função.

O problema da "exaustão" é uma condição bem comum que afeta os animadores sociais. Ele acontece quando um mobilizador está sozinho, tentando realizar muitas coisas, e o entusiasmo original acaba sendo substituído pelo desânimo. Obstáculos são algo normal no trabalho de um mobilizador e um trabalhador de campo precisa ser encorajado e orientado. A sua supervisão e seu apoio podem ajudar a prevenir a exaustão, como também podem amenizá-la se esta for detectada e cuidada logo.

Você pode apoiar seus mobilizadores de diversas formas.

Vá à campo para visitar seus mobilizadores nas comunidades quantas vezes forem necessárias. Se você estiver constantemente nos locais de atuação, terá uma perspectiva melhor do processo como um todo. Muitas situações e incidentes não chegarão até você se ficar sempre atrás de uma mesa, mas se você se movimentar um pouco elas tornar-se-ão mais aparentes. Utilize as visitas às áreas de atuação para auxiliar sua equipe de campo, aconselhando-os, orientando-os e encorajando-os, baseado no que você vê quando estão juntos em campo.

Além disso, apareça para os membros da comunidade. Isso mostrará às pessoas da comunidade que as conversas delas com os mobilizadores não acabam nos mobilizadores, mas também chegam até você. Aumentar a confiança delas nos mobilizadores é uma forma de ajudá-los em sua própria tarefa.

Nesta profissão, não se pode ser treinado apenas uma vez. Assegure-se de que seus mobilizadores estejam sendo periodicamente treinados mesmo enquanto estão de serviço. Combine o treinamento com bastante apoio, incentivo, supervisão e orientação. Organize oficinas, conferências, seminários e idas à campo.

Você deve tentar unir seus mobilizadores uma vez por mês, ou pelo menos uma vez a cada dois meses, para uma conferência de dois dias. Durante esses encontros, reserve horários para eles relatarem suas atividades uns aos outros e para discutirem sobre problemas que eles enfrentam. Permita que os próprios mobilizadores troquem opiniões e, se for apropriado, convide especialistas ou prepare seu próprio material sobre esses temas complexos, para apresentá-lo na próxima reunião.

Defenda o Método:

A metodologia de capacitação não costuma ser muito bem entendida fora da profissão.

Muitas pessoas não entendem os riscos de uma abordagem puramente de caridade e não veem o fortalecimento da comunidade como algo mais importante que a construção rápida de uma escola ou de um serviço de distribuição de água. Quando um executivo de sua organização ou um político ou um jornalista pergunta a um mobilizador por que não foi construída ainda uma escola, ele o está desviando de seu trabalho. Talvez o mobilizador até esteja disposto a perder algum tempo defendendo o método aplicado (o que acaba tomando um tempo precioso do trabalho de capacitação), mas essa função é sua.

Aproveite cada oportunidade para explicar e defender o método: escreva algumas notas para visitantes importantes e para a imprensa, pequenos relatórios sobre a dia-a-dia e o progresso das atividades, dê entrevistas para estações de rádio locais e converse com pessoas influentes. Pague a um jornalista local ou nacional uma pequena remuneração, bem como as despesas da viagem, para que ele possa viajar até a área de atuação e escrever um artigo sobre o método, explicando que a capacitação comunitária é mais importante que o tempo que eles levam para construir a sua própria escola.

Mantenha seu supervisor informado. Aproveite a oportunidade para preparar resumos e relatórios que ensinem os princípios e os métodos ao seu supervisor e também àqueles que estão acima dele.

Seja atencioso com os "turistas". Incluem-se aí os visitantes importantes, jornalistas e representantes de agência doadoras. Informe-os sobre seus objetivos (o fortalecimento da comunidade, não o sistema sanitário)

Lembre-se sempre dos objetivos de desenvolvimento de capacidades (suas e deles); não se deixe desviar. Utilize-se de "intervenções rápidas" para ajudar os mobilizadores e proteja sua equipe de perguntas originadas da ignorância e de falsos pressupostos.

Planejamento:

Uma boa gestão requer um bom planejamento. Embora isso seja sim válido para a maioria das situações de gerenciamento, seu trabalho como gestor de mobilizadores tem algumas características especiais de planejamento.

Você tem ao seu alcance duas perspectivas diferentes de planejamento e não há garantia de que elas sejam coincidentes. Sua tarefa ao gerenciar um programa de mobilização é facilitar que as duas coincidam o máximo possível.

De um lado, você tem o processo de planejamento distrital, regional ou nacional. Tradicionalmente, esse tipo de planejamento é centralizado ou então algo chamado "de cima para baixo". Os planos chegam à você vindos de cima, através de seus supervisores ou de executivos distritais.

Do outro lado, você tem as visões e os desejos dos membros da comunidade. "De baixo para cima". Esses planos são feitos por seus mobilizadores em sessões de compartilhamento de ideias e em encontros comunitários que buscam por questões com prioridade, problemas e soluções.

Felizmente, a diferença entre os dois não é tão problemática quanto pode parecer. Cada vez mais os planejadores governamentais em escritórios nacionais e regionais estão interessados em ouvir as demandas da população, ou seja, das comunidades. Se você conseguir convencê-los de que é uma boa e confiável fonte de decisões tomadas "de baixo para cima", eles tentarão incluir as informações repassadas por você nos planos nacionais ou regionais deles.

Além do quê, os desejos dos membros das comunidades em que seus mobilizadores trabalham já são geralmente coincidentes com as prioridades nacionais. Isso é evidente para objetivos como a realização de construções físicas (fornecimento de água, hospitais, escolas, estradas de acesso). Porém há menor coincidência quando se trata de objetivos de engajamento e defesa social, que frequentemente estão relacionados a conflitos com o governo, com donos de terras e com outras pessoas poderosas e com interesses.

Entenda como uma responsabilidade especial a integração dos planejamentos regionais e distritais com o seu programa de mobilização. Isso significa manter uma boa comunicação com as autoridades regionais e distritais (dependendo da sua área de responsabilidade).

Pode ser que essas autoridades estejam abertas a ouvir as prioridades dos membros da comunidade, as quais você pode sempre obter por meio dos mobilizadores. Isso significa, obviamente, que você precisa manter também uma boa comunicação com seus mobilizadores e precisa assegurar-se de que a elaboração de relatórios deles seja eficiente.

Ao mesmo tempo, você deve assegurar-se de que, durante as reuniões regulares (mensais ou a cada dois meses) com seus mobilizadores, eles sejam informados sobre as decisões, as visões, as prioridades e os objetivos das autoridades de nível distrital ou regional.

Veja:Guia para a preparação de um Plano de Trabalho

Registros:

Não possuo nenhuma prova científica ou estatística, mas pela minha experiência eu entendi que não é fácil conciliar os trabalhadores de campo com os relatórios escritos.

Parece que os mobilizadores têm uma inegável antipatia por registros e relatórios. De fato, a organização de uma comunidade para realizar um projeto de auxílio mútuo não requer, em si, que sejam feitos relatórios escritos. O mobilizador dedica-se a trabalhar e frequentemente ignora a necessidade de manter registros e fazer relatórios. O problema disso é que os mobilizadores estão focados no momento e não conseguem enxergar a situação como um todo. Eles esquecem-se, ou não querem admitir, que uma hora irão embora ou serão substituídos.

Justamente para garantir a continuidade e a consistência da intervenção, o novo mobilizador precisa saber o que já foi feito antes, o que funcionou e o que não funcionou e quais foram as lições aprendidas. Uma pesquisa não deve ser feita de novo.

Assegure-se de que os mobilizadores façam relatórios e registros. Se você utilizar o material de treinamento deste sítio, e recomendo que assim o faça, os primeiros documentos introdutórios urgem para que o mobilizador comece escrevendo um diário. Manter registros é essencial para posteriormente serem preparados relatórios com todas as atividades realizadas e seus resultados, bem como com as lições aprendidas. Insista para que eles continuem fazendo registros e escrevendo relatórios.

Organize depois para seus mobilizadores uma oficina de escrita de relatórios e utilize o material disponível neste sítio. Um módulo inteiro é dedicado à elaboração de relatórios. Quando um mobilizador for embora, peça que ele deixe os registros com o programa.

Como gestor do programa, você precisa ir além de simplesmente guardar os relatórios escritos pelos mobilizadores. Você precisa montar um sistema SGI (Sistema de Gerenciamento de Informações). Precisa explicar como ele funciona e como seus mobilizadores devem contribuir para seu funcionamento. E deve mostrá-los por que ele existe e para quê serve. Veja: Informações de gerenciamento. As informações devem ser guardadas de tal forma que seja fácil identificá-las e recuperá-las quando for necessário.

Conclusão:

Outros módulos podem orientá-lo sobre gerenciamento em geral (Treinamento Gerencial e Gestão Participativa). Use-os em conjunto com este módulo, que trata de questões mais próprias do gerenciamento de um programa de mobilização.

Entenda os princípios e os métodos de uma mobilização e utilize o material de treinamento neste sítio para aprendê-los ou revisá-los. Você se irá relacionar melhor com seus mobilizadores e obter melhores resultados de suas atividades no desenvolvimento do programa.

Apoie seus mobilizadores com incentivos, orientações, conselhos e suas próprias ações, nas atividades ou com seus supervisores, com políticos ou com jornalistas.

Defenda a metodologia, pois ela não costuma ser bem entendida e pode receber oposição de pessoas com interesses em manter as coisas como elas estão.

Planeje seu programa e utilize-se de sua posição entre as autoridades de planejamento regionais e nacionais e os membros da comunidade para integrar essas duas perspectivas.

Assegure-se de que haja um diário de atividades , uma vez que a elaboração de registros e relatórios é extremamente importante para o funcionamento eficaz, sustentável, contínuo e consistente do programa de capacitação comunitária.

Lembre-se de que o gerenciamento é importante demais para ser feito apenas pelos gestores.

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Última actualização: 30.11.2011

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