Página Principal
 Gerenciamento





Traduções:

Català
中文 / Zhōngwén
Deutsch
English
Español
Filipino/Tagalog
Français
Ελληνικά / Elliniká
हिन्दी / Hindī
Italiano
Polszczyzna
Português
Română
Српски / Srpski

                                        

Outras Páginas:

Módulos

Mapa Do Site

Palavras Chave

Contato

Documentos Úteis

Links Úteis

Conteúdo:

Conteúdo:

Conteúdo:


ESCOLHENDO UMA COMUNIDADE

Critérios para a escolha de comunidades para mobilizar

por Phil Bartle, PhD

traduzido por Raphael Corrêa


Dedicado a Gert Lüdeking

Manual de Treinamento

Quais são as melhores comunidades para mobilizar?

Introdução:

Às vezes é preciso escolher uma comunidade; outras vezes, ela é escolhida para você. Se você tiver como escolher uma, este documento irá ajudá-lo a tomar uma decisão. E este assunto interessa tanto aos mobilizadores quanto aos coordenadores de mobilizadores.

Variações nas oportunidades de escolha:

Existem várias maneiras de uma comunidade ser escolhida para você. Talvez você trabalhe para uma ONG ou um projeto que já tenha pré-selecionado em quais comunidades atuará. Ou talvez você atue num plano governamental (regional, provincial ou distrital) que tenha decidido quais comunidades irá servir.

Cada vez mais, grandes projetos que levam água para o campo se utilizam do "método de resposta à demanda" (DRA, demand response approach, em inglês). Isso quer dizer que, após um anúncio público, as comunidades podem inscrever-se e tentar satisfazer uma lista de requisitos para receber assistência nos setores de água e saneamento. Mas apenas a comunidade selecionada receberá assistência e só então será enviado um mobilizador para ela.

Talvez você tenha que seguir uma regra, como por exemplo vilas que estejam mais perto da capital regional, ou comunidades com um tamanho específico, e então tenha que escolher comunidades conforme seu tamanho ou distância. Esses critérios arbitrários significam que você não tem a opção (conforme os princípios da mobilização) de escolher qual comunidade será a primeira, a segunda, a terceira etc.

Por outro lado, quando há possibilidade de escolha, existem várias maneiras de se definir a mesma. Talvez você seja o diretor ou coordenador de uma área específica (como um distrito, por exemplo) e possa escolher para quais comunidades dessa área mandará mobilizadores. Ou talvez você seja um mobilizador cuidando de uma área específica e possa escolher comunidades dentro da mesma. E é nessas condições que você pode aplicar alguns dos princípios ensinados em várias partes deste sítio para escolher quais comunidades serão atendidas, em que ordem e por quanto tempo.

Se você é um mobilizador capaz de tais escolhas, então este documento irá ajudá-lo a tomá-las. Se você é um gestor de mobilizadores, nós sugerimos que você se comunique plenamente com seus mobilizadores e chegue a um acordo sobre quais comunidades escolher e quando nelas agir. Se você é um voluntário ou um ativista independente, poderá se utilizar de vários critérios, mas aqueles aqui listados e descritos podem ser-lhe úteis na hora de fazer suas próprias escolhas.

Por quais razões uma comunidade deve ser escolhida?

Existem dois critérios principais para a escolha da comunidade na qual irá agir. São (1) a necessidade e (2) a probabilidade de sucesso.

Em um mundo ideal, em que talvez todas as comunidades reagissem da mesma forma à mesma intervenção, seria fácil escolher uma comunidade. Aquelas mais pobres, com menos capacidade e poder, seriam as primeiras a ter um mobilizador trabalhando nelas. O mundo, no entanto, não é perfeito. Outro critério de seleção deve ser levado em conta em primeiro lugar. Há muitas razões para não se escolher uma comunidade se ela dificilmente responderá à intervenção, se todos os esforços de mobilização estiverem fadados ao fracasso.

O potencial de sucesso - e não apenas a necessidade - é um critério muito importante. Uma falha pode acabar com a reputação de uma mobilização. Já o sucesso pode encorajar mais mobilização. Se é feito um esforço para mobilizar uma comunidade e ele falha, terá havido um gasto de recursos (remuneração dos mobilizadores, tempo, energia).

De forma geral, dependemos sempre de pontos positivos - e é o sucesso que os cria.

Fatores que afetam o sucesso:

Quando tiver de escolher para qual comunidade enviar mobilizadores, você precisará de algumas informações sobre a mesma. Elas serão valiosas na hora de prever onde os esforços de mobilização obterão maior sucesso.

Há alguma necessidade ou um problema urgente na comunidade? Se há, ele pode tornar-se o centro da intervenção? Se os membros da comunidade entrarem num acordo quanto à existência de um problema particular que estejam enfrentando, esta pode ser a base para o sucesso na mobilização inicial.

Já houve na comunidade algum sucesso anterior em termos de mobilização ou automobilização? Note que usamos a palavra "sucesso". A existência de uma mobilização anterior não é necessariamente um ponto positivo, podendo até mesmo ser um obstáculo se ela for vista como um fracasso pelos membros da comunidade.

Usamos também a palavra "automobilização". Se alguma mobilização aconteceu sem uma intervenção externa, isso significa que a comunidade possui uma capacidade interna, que deverá ser explorada por um bom mobilizador.

Quais são as atitudes das autoridades locais (líderes e funcionários)? Estão dispostos, abertos ao diálogo e bem informados? Líderes políticos e funcionários locais muitas vezes não ajudam nos métodos de capacitação, pois normalmente estão buscando recursos externos e podem não perceber o risco de dependência que criam. Se eles estiverem abertos a ouvir suas explicações sobre os métodos de capacitação e você perceber que a longo prazo que eles se beneficiarão dela (inclusive em suas aspirações políticas), então eles podem ser considerados como aliados (ver Políticos). Seu cuidado principal deve ser no sentido de que eles não se tornem obstáculos ao seu trabalho. Sem a aprovação deles, mesmo que indireta, a mobilização corre o risco de ser manipulada ou subvertida.

Qual é a situação dos transportes e das comunicações na comunidade? É possível entrar na comunidade o ano inteiro? Há alguma estrada capaz de resistir a qualquer clima? Chuva e enchentes (em países tropicais) ou neve (em comunidades no ártico ou proximidades) podem tornar a comunidade inacessível durante algumas épocas do ano. Isso pode atrapalhar a mobilização. Há telefones funcionando o ano inteiro? Mesmo que as ruas estejam fechadas, telefones funcionando podem ser muito úteis à mobilização. Havendo algum serviço de Internet, ou mesmo um serviço apenas de e-mail, já será também bastante útil, especialmente se não há acesso físico em certas épocas do ano.

Qual é a organização social da comunidade? Ela contribui para uma ajuda mútua? Aqui é necessário ter conhecimentos de sociologia. Você e seus mobilizadores devem ser capazes de não só conduzir algumas pesquisas sociais, mas também de analisar os resultados sob uma perspectiva social (ver o documento Cultura para uma explicação sobre como a natureza social de uma comunidade transcende os indivíduos que a compõem). Veja também o módulo sobre Pesquisa Comunitária. As informações colhidas e relatadas pelos mobilizadores precisam ser organizadas e arquivadas em um Sistema de Gerenciamento de Informações (SGI), o qual possibilita que elas sejam recuperadas rápida e facilmente quando necessário. As informações devem levá-lo a uma decisão sobre qual comunidade tem mais potencial para responder positivamente à mobilização. A forma como seus mobilizadores mantêm registros e fazem análises e estudos sobre as atividades em andamento, bem como a maneira com que você os guia nisso, é vital.

Há líderes em potencial que possam realizar o processo de mobilização e capacitação? Eles podem ser identificados? Eles podem ser treinados nas habilidades necessárias? Irão cooperar no processo de capacitação?

Qual é o tamanho da comunidade? É muito pequena para realizar atividades de ajuda mútua ou é grande demais para ser organizada?

Há conflitos na comunidade? Qual é o grau ou nível de desunião da mesma? Há alguma perspectiva de que se possa conduzir um processo de unificação que aproxime as diferentes facções? Há violência na comunidade? Há gangues enfrentando-se nas ruas? Há tolerância étnica (ou linguística ou religiosa)? Ainda que haja uma inevitável desunião, há possibilidade de reduzi-la durante o processo de mobilização? A comunidade é receptiva a um processo de unificação? Para responder a tudo isso você precisará de uma análise sociológica.

Todas essas questões estão relacionadas às condições das comunidades e suas respostas podem levá-lo a melhor prever se os efeitos da mobilização terão ou não sucesso. Se uma comunidade estiver mais propensa a ser mobilizada e a tornar-se autossuficiente, ela provavelmente será a melhor escolha para seu programa de mobilização.

Conclusão:

Existem dois critérios importantes em que você deve se basear para escolher em qual comunidade implementará a mobilização: necessidade (as mais pobres primeiro) e potencial de sucesso.

Se você for responsável por várias comunidades, todas devem atender a ambos os critérios.

Se você tiver de fazer uma escolha dentre várias comunidades possíveis (digamos que dentro de uma área geográfica específica), você deverá escolher aquelas que mais precisarem ser fortalecidas, mas também aquelas que podem responder de forma mais positiva à intervenção de capacitação.

––»«––

Cavando uma vala:


Contribuição comunitária; Cavando uma vala

© Direitos de autor 1967, 1987, 2007 Phil Bartle
Web Design: Lourdes Sada
––»«––
Última actualização: 30.11.2011

 Página Inicial

 Gerenciamento