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O Estudo do Conhecimento por Phil Bartle Traduzido por Maria Cristina Pereira de Souza
Aqui está uma palavra legal para impressionar seus amigos de bar: "epistemologia." Significa o estudo de quanto sabemos e do conhecimento. A fim de iniciar nossa discussão sobre pesquisa sociológica, revemos o tema da epistemologia. Devemos entender o que significa ter conhecimento a fim de analisarmos com atenção, e criticamente, os estudos realizados pelos cientistas na área da ciência social.
Temos
quatro maneiras de obter o conhecimento
Cada qual com os seus fortes porém todas são imperfeitas. Muitos cientistas exaltam a importância das observações. Acham que a teoria atrapalha na obtenção dos verdadeiros fatos. Algumas vezes são chamados de "empiristas", pois exageram a importância dada às observações. No entanto, a Sociologia nos diz que, desde o nosso nascimento, somos bombardeados com um vasto número de pequeninas frações de informação sensorial, nos seus cinco sentidos. O aprendizado para nos tornarmos humanos, socialização, consiste em aprendermos um idioma, e com isso aprendemos então a categorizar todo aquele bombardeio de diferentes sentidos que recebemos, e colocar-los em caixas de diferente significado chamadas palavras. Ao que tudo indica, por exemplo, um evento banal de observar um ”gato” entrando numa sala, já constitui um processo envolvendo nossas suposições e expectativas, o que significa o processamento de um vasto número de pequeninas frações de informação sensorial. Nós os categorizamos em gato e passeio Não há nenhuma informação intrínseca no animal, ou nas suas ações, que justifique o uso desses símbolos como palavras para generalizar, categorizar e descrever as nossas observações. Está tudo metido nas nossas cabeças, pela maneira que viemos aprendendo desde a nossa infância. Não há como saber que aquilo que você identifica como um suéter de cor vermelha, seja a mesma cor que eu vejo e também chamo de vermelha. Posso até ver um suéter que para mim é azul, mas eu o identifico como “vermelho”, pois foi assim que guardei a informação na minha memória à medida que aprendia o idioma. Falando de cores, um problema adicional é que na natureza as cores não existem. O que aprendemos em física é que a luz, quando reflete ou atravessa matérias diferentes, se divide em frequências ligeiramente diferentes. Um objeto não possui cores; simplesmente ele terá cor vermelha porque reflete difusamente a componente vermelha e absorve todas as demais componentes. Logo, é a fisiologia nos nossos olhos e cérebro que converte esses componentes de varias frequências no que chamamos de cores. A segunda forma de obter conhecimento é através do nosso raciocínio ou lógica. Os símbolos que usamos para comunicar nosso raciocínio são artificiais, e não existem na natureza. O número “dois”, por exemplo, foi concebido pelo homem. Quando vemos, o que chamamos de dois cachorros, o número “dois” não está nos cachorros, mas na nossa mente. Então, quando dissemos que dois mais dois são quatro, isso é o resultado do nosso raciocínio e não de uma mera observação. Se começamos com uma suposição incorreta, e seguimos argumentando com opiniões lógicas a partir de tal suposição, não temos nenhuma forma de afirmar de modo absoluto que a nossa conclusão é correta. Para o propósito deste documento, o mesmo acontece em relação à fé e a crença. Todos nós temos crenças. Que variam de intensidade, porém vivemos com elas. Elas não se baseiam na lógica ou nas observações, mas no que achamos que é correto. A fé é o caminho fundamental ao Conhecimento da existência de Deus, Papai Noel e dos duendes. A fé não é uma ciência, e a ciência não pode provar ou negar as coisas em que acreditamos. A última forma de obter o Conhecimento, a autoridade, é mais ou menos a maneira pela qual aprendemos e conhecemos a maiorias das coisas nas nossas vidas. Aprendemos muito com os nossos pais, com outras pessoas as quais socializamos, como nossos irmãos mais velhos, professores e líderes religiosos, e aceitamos suas sabedorias como sendo as verdadeiras. Às vezes aprendemos a não acreditar nas autoridades, quando descobrimos, pela nossa irma mais velha, que o monstro que vive debaixo da nossa cama, na realidade não existe, mas tal suspeita segue nos amedrontando até a nossa vida adulta. Amiúde, juntamos as várias formas de Conhecimento para elaborar argumentos. Assim como “Deus criou a evolução, mas os criacionistas não acreditaram nisso”."
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