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PRINCÍPIOS & TÉCNICAS DE ARRECADAÇÃO DE FUNDOS

por Phil Bartle, PhD

traduzido por Daniella Kircher


Documento de Referência

Abstrato:

Esse documento fornece orientações e sugestões de métodos e princípios de arrecadação de fundos orientados a financiamento de projetos comunitários.

Arrecadação de fundos é uma etapa importante no fortalecimento de OCs, ONGs e comunidades; contribuições monetárias (e não monetárias) são necessárias para a condução das suas atividades desejadas e planejadas. A obtenção de recursos é portanto uma tarefa digna e desejada; arrecadadores de fundos devem ser reconhecidos e elogiados. Arrecadação de fundos é um trabalho para o qual todos devem contribuir e pelo qual todos devem ser responsáveis.

Introdução:

Muitas das técnicas e experiências em arrecadação de fundos (algumas delas incluídas aqui) podem ser ou foram adaptadas da profissão "marketing" (na verdade, arrecadação de fundos é referenciada como "marketing" por muitas ONGs). Enquanto marketing e vendas podem ser experiências valiosas, elas devem sempre ser aplicadas de forma ética. Cada arrecadador de fundos (pago ou voluntário) deve, primeiro e no mínimo, estar totalmente convencido do valor, integridade e benefícios da organização e das atividades para as quais os fundos arrecadados serão utilizados.

Essas diretrizes devem ser alteradas em cada comunidade visando adaptá-las às diferenças que caracterizam cada uma.

1. Princípios de Arrecadação de Fundos:

Existe uma diferença entre princípios e técnicas de arrecadação de fundos. Esse documento aborda ambos. Essa seção foca nos princípios.

1.1 A Profissão Marketing:

Muitas das experiências e técnicas de arrecadação de fundos utilizadas por ONGs e algumas agências da ONU foram desenvolvidas e adaptadas por profissionais de marketing. Algumas pessoas (geralmente pessoas de fora ou mal sucedidas na profissão de marketing e vendas) vêem isso como uma atividade cínica e desonesta. Talvez seja assim em alguns casos, mas não precisa ser e geralmente não é. Se um profissional de marketing acredita realmente no valor do produto, as vendas podem ser praticadas de forma honesta e ética.

Os princípios de honestidade e integridade ética se aplicam principalmente a arrecadação de fundos. Arrecadação de fundos deve ser de responsabilidade de todos os membros da organização, embora eles possam participar de maneiras distintas. Deve ser simplesmente deixado a cargo dos profissionais. Todos nós/vocês, portanto, devem conhecer os princípios e técnicas de arrecadação de fundos. O arrecadador, primeiro e no mínimo, deve estar convicto da integridade da organização e dos benefícios e valores das atividades ou do projeto da organização. Doadores potenciais e passados notam facilmente qualquer desonestidade, falta de sinceridade e diversão com "seus" recursos doados.

1.2 Reconhecimento das Doações:

Reconhecimento é tudo. Muitos doadores utilizam suas doações para ganhar prestígio e mérito em suas comunidades. É um preço baixo elogiar os doadores. Certifique-se de que as comunidades que você ajuda estão cientes da necessidade de reconhecer os doadores e elogiá-los pela sua lealdade para com a comunidade e suas muito necessárias e apreciadas doações (monetárias ou não).

1.3 Obrigado!

A palavra mais importante em obtenção de fundos e administração de ONG, OC ou projeto comunitário com sucesso é "Obrigado!"

Muitas pessoas que trabalham em ONGs se perguntam porque o entusiasmo em suas atividades diminuiram e os fundos pararam de chegar; e geralmente o motivo para isso é simplesmente que a ONG esqueceu de reconhecer e agradecer os doadores.

1.4 Relatórios de Progresso:

Além de um simples "obrigado", doadores querem saber o que foi alcançado com o montante doado. A maneira mais eficaz de agradecimento é um relatório de progresso. Doadores estão menos interessados em suas atividades; eles estão mais interessados no resultado das suas atividades; você alcançou, ou alcançou parcialmente, os objetivos propostos no momento da requisição da doação? CMP preparou outros documentos sobre elaboração de relatórios; utilize-os e integre elaboração de relatórios com obtenção de recursos. Arrecadação de fundos e elaboração de relatórios não são atividades independentes.

1.5 Integridade:

É preciso manter sempre um nível alto de integridade. Isso se aplica tanto para as atividades iniciais quanto para as atividades da organização em geral, especificamente em relação às de arrecadação de fundos. Um aspecto importante dessa integridade é a total responsabilidade.

Todas as ações devem ser responsáveis; todos os fundos devem ser responsáveis. Isso significa elaborar corretamente relatórios narrativos e financeiros, disponíveis a qualquer hora para qualquer membro público.

Junto com a responsabilidade está a transparência. O grupo não pode ter uma agenda secreta, deve ser transparente e honesto em relação a todas as atividade e seus gastos. Registros contábeis devem ser abertos, ou seja, disponíveis para qualquer membro examinar a qualquer hora. Honestidade não pode estar comprometida. Os bons fins (ideais e objetivos) da organização não podem estar comprometidos por meios questionáveis utilizados para atingir tais fins.

As pessoas responsáveis por implementar as atividades do grupo, incluindo atividades de obtenção de fundos, devem ser honestas e totalmente convictas da bondade do grupo e de seus objetivos, e deve valer a pena o esforço para os valores e benefícios do projeto. Esse nível de integridade é essencial para a sustentabilidade do grupo, para a conclusão do projeto e para o benefício da comunidade.

1.6 A Importância de uma Atitude Positiva:

Nem todo mundo é um doador. Algumas pessoas, agências ou grupos não podem ou não irão doar à sua comunidade ou organização. Se você não aceitar que o fracasso em obter uma doação de uma fonte não significa que sua organização seja um fracasso, você ficará desmotivado e irá desistir.

Não desista. Você não pode permitir que fique desmotivado; é um luxo que você, sua organização e sua comunidade não podem ter. Você pode vivenciar oito rejeições; não desista porque a nona ou décima pode trazer a doação desejada.

1.7 Cálculo e Registro das Entradas do Projeto:

É importante manter o registro apurado de todos os recursos utilizados no projeto comunitário.

Muitas vezes algumas doações (principalmente mão-de-obra comunitária e presentes em espécie) são esquecidas ou subestimadas e o montante correto das contribuições comunitárias é maior do que o registrado e reportado. Essa subvaloração é prejudicialpor diversas razões: (a) os membros da comunidade subestimam seu esforço e isso diminui a confiança, (b) os doadores externos subestimam as contribuições comunitárias e ficarão mais relutantes em contribuir mais, ou (c) não irão reconhecer o valor das entradas comunitárias.

Devemos garantir que as OCs ou o comitê executivo da comunidade que está planejando conduzir o projeto comunitário reconheça o valor dos recursos comunitários ocultos. Uma estimativa apurada do valor dos recursos doados - p.ex., mão-de-obra comunitária para construção, mão-de-obra experiente voluntária, tempo gasto por membros comunitários e líderes em reuniões de planejamento ou doações físicas não monetárias - deve ser feito pela comunidade. Devemos motivar a comunidade a identificar e registrar tais recursos. Essas estimativas financeiras devem ser incluídas nas estimativas de custo da proposta do projeto e devem ser documentadas durante as atividades de contrução.

Quando os custos totais de um projeto comunitário são calculados, eles devem portanto incluir as contribuições em dinheiro reais dos doadores, internacionais e locais, governamentais e não governamentais e outras, além das estimativas de custos de todas as doações não monetárias, na forma de itens físicos não monetários ou serviços, ou tempo e energia.

2. Tipos e Fontes de Doações:

Essa seção descreve doações de uma ampla gama de doadores potenciais, exceto aqueles provenientes de agências doadoras que requeiram propostas formais (essas são discutidas no documento Aquisição de Recursos).

Essa ampla gama de doadores potenciais significa que existe também uma ampla gama de técnicas específicas que podem ser aplicadas ao processo de (a) identificar doadores, (b) contactá-los e (c) coletar as doações. Não esquecendo de (d): agradecê-los.

Uma boa proposta de seminário para acompanhar essa seção é: Lista de Recursos Internos.

2.1 Comunidades Urbanas Versus Rurais:

Existem várias diferenças nas ênfases em técnicas de arrecadação de recursos de projeto, baseado nas diferentes características das comunidades. Comunidades urbanas, por exemplo, são geralmente maiores, e portanto mais cheias de facções e divergências. Pequenas comunidades rurais são mais fáceis de organização e unir, mas não existe garantia.

Comunidades urbanas possuem mais divergências sociais (divisões/facções) e são mais difíceis de organizar do que as rurais, embora dentro das áreas urbanas as favelas sejam mais fáceis de organizar do que os bairros nobres. Doações em dinheiro são mais fáceis de obter em comunidades urbanas do que em rurais; doações de alimentos e produtos de agricultura são mais comuns em comunidades rurais.

2.2 Fundo Público e Eventos Beneficientes:

Podem tomar várias formas. Um grande evento beneficiente pode ser bem elaborado, com discurso de celebridades e pessoas ricas doando altas quantias. Pode haver bandas, músicos, grupos de dança, incluindo cantores e dançarinos de escolas da comunidade.

No leste da África, a palavra "harambee" é usada para descrever tal tipo de evento beneficiente. (2)

Rodapé (2): Um harambee não é necessariamente um evento comunitário; hoje em dia é muito utilizado por famílias para levantar dinheiro para mensalidades escolares ou despesas médicas.

No oeste da África, especialmente em localidades rurais, o chefe da localidade pode presidir e as atrações podem incluir dança, batuque e incorporação espiritual dos deuses locais e cultos.

Tais eventos podem levar migrantes urbanos de volta para suas cidades rurais natal e, como funerais, também servem para outros propósitos que não arrecadação de fundos, especialmente dos membros comunitários migrados, para que eles não percam o contato com os outros membros e para que mantenham sua identidade como membro da comunidade mesmo morando fora dela. Muitas alianças são feitas nessas ocasiões, como por exemplo, isso pode futuramente levar a casamentos ou sociedades.

2.3 Doadores Urbanos para Comunidades Rurais:

Migrantes urbanos mantêm ligações com suas comunidades locais. Isso pode ser explorado pelas OCs rurais. Uma pequena parcela dos migrantes urbanos fazem fortuna nas cidades e podem ser persuadidos a contribuir para o desenvolvimento de suas comunidades locais. O sentimento de culpa de estar longe de casa ou de lealdade, apesar da ausência, pode resultar em algumas boas doações de ricos migrantes urbanos.

2.4 Doações Comerciais:

Doações comerciais incluem presentes de empresas que desejam divulgar seus produtos e ajudar a comunidade (e elas devem ser reconhecidas e agradecidas publicamente). A comunidade deve ser motivada a identificar formas de convencer os doadores comerciais que é de seu interesse apoiar o projeto (aumento da publicidade e uma boa imagem para o doador comercial, por exemplo).

2.5 Mão-de-obra Comunitária:

É um importante recurso interno (algumas vezes pode incluir mão-de-obra de voluntários externos). Mão-de-obra comunitária envolve tempo e mão-de-obra cedida por membros comunitários, algumas não requerem experiência (como cortar grama, colocar tijolos), outras requerem experiência (carpintaria, marcenaria), gerenciamento, liderança, reuniões, planejamento, supervisão.

É importante que você encorage os planejadores e designers dos projetos comunitários a quantificar o valor da mão-de-obra voluntária. Muitas vezes essa contribuição é subestimada, devido ao desconhecimento do seu valor ou, mais importante, à indicação de um baixo nível de confiabilidade e de auto avaliação do valor da comunidade pelos membros comunitários.

Algumas vezes os membros comunitários desejam ocultar seus recursos baseado em uma suposição errônea de que nós ou os outros apenas irão conseguir trazer recursos externos se acreditarem que a comunidade é muito pobre e que nós ou outros doadores podem recusar fundos se a comunidade aparentar possuir muitos recursos próprios. Vocês/nós devemos garantir que todos os membros comunitários compreendem que ele têm mais chance de obter recursos externos se demonstrarem que são comprometidos com seus recursos internos.

2.6 Doações de Produtos Agrícolas:

Fazendeiros podem doar comida para o projeto: (a) aos trabalhadores comunitários que estão trabalhando no projeto, ou (b) ao comitê executivo para venda e arrecadação de dinheiro para o projeto. Eles também podem doar outros recursos fora de suas fazendas (p.ex., madeira, areia, cal, colheias), que podem ser utilizados diretamente ou indiretamente no projeto.

2.7 Preparação da Comida Doada:

A doação de um produto alimentício agrícola por um fazendeiro precisa ser preparada para comer. Outros doadores podem ceder pessoas para o preparo das refeições e merendas aos membros comunitários nos dias de trabalho. Não se esqueça de agradecer as pessoas que cozinham e preparam a comida dos trabalhadores.

2.8 Contribuições e Promessas:

Contribuições e promessas podem ser feitas em eventos públicos de arrecadação de fundos comunitários. Os participantes tomam a decisão por doar em eventos ou reuniões públicas.

2.9 Rifas e Loterias:

Rifas e loterias, técnicas de arrecadação de fundos baseadas em jogos, são mais adequadas para ONGs urbanas sofisticadas e bem organizadas do que OCs pequenas e rurais.

2.10 Doadores Anônimos:

Doadores anônimos são benfeitores que permanecem desconhecidos. Geralmente eles têm razões religiosas ou ideológicas particulares e desejam permanecer no anonimato.

Conclusão:

Quaisquer que sejam as ações para motivar e apoiar as comunidades a planejar e implementar seus próprios projetos comunitários (incluindo o cálculo de recursos financeiros), você deve ter sempre em mente e se orientar pelos seguintes pontos:

  • Lembrar e trabalhar visando o objetivo principal (reduzir a dependência);
  • Orientar, sugerir, treinar, encorajar, elogiar, informar; e
  • Não prometer, não fornecer e não impor.

Os cálculos dos custos de financiamento de projetos comunitários devem justos e apurados e as estimativas não podem subestimar doações comunitárias não monetárias. Ao mobilizar a comunidade para conduzir um projeto comunitário, devemos encorajá-los a identificar a variedade de recursos externos (reduzindo a dependência de qualquer doador) e a identificar e mobilizar muitos (geralmente ocultos) recursos internos.

Arrecadação de recursos para um projeto comunitário é uma responsabilidade muito digna e valiosa; aja com entusiasmo, integridade e confiança.

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Construção de tijolos em um projeto comunitário:


Construção de tijolos

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Última actualização: 05.12.2011

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