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TÉCNICAS DE NEUTRALIZAÇÃO

Reduzir a seriedade de um crime

por Phil Bartle, PhD

traduzido por Inês Rato, Fatima Gouveia

Guia de Treinamento

Nós as usamos nas falhas e erros, assim como em delitos

Interaccionistas simbólicos identificaram "Técnicas de neutralização" após terem concebido a Teoria do Labelling para explicar o crime e desvio.  Labels são nomes dados a quem quebras as normas sociais, e pretendem ser sanções negativas destinadas a encorajar ou a forçar os desviantes a se conformarem com as regras. As técnicas de neutralização são concebidas pelos transgressores para reduzir o efeito desses labels.

Para rejeitar os labels, aqueles que quebram as normas usam cinco técnicas de neutralização identificadas por Sykes e Matza (1988).

1. "Eu não sou responsável"  Refere-se a uma situação em que a pessoa que viola as normas afirma que outra pessoa é responsável por essa violação, ou que foi um acidente.  Frequentemente essa pessoa vê-se a ele ou a ela como uma vítima e não como o transgressor.

2. “Ninguém se magoou.”  Embora o transgressor possa admitir que a acção foi ilegal, afirma que não houve vítimas, ou que apenas se estava a divertir um pouco.

3. “Ele ou ela merecia-o.”  Neste caso o transgressor vê-se a ele ou ela como um vingador, corrigindo os males que afirmam que a vítima tinha cometido anteriormente.  Estão apenas a "equilibrar as coisas."

4. "Tu não tens o direito de me julgar.”  Neste caso afirmam que os seus acusadores são hipócritas, e que eles próprios fizeram o mesmo ou ainda pior.

5. “Sou leal a um princípio mais nobre.”  Aqui o transgressor pode ter estado "apenas a ajudar um amigo," ou a ser leal para com o seu grupo.

Aquilo que agora vemos é que muitas destas técnicas são usadas diariamente por todos nós para minimizar o nosso desvio, e não se reservam apenas àqueles que são acusados de um crime.  Professores ouvem muitas destas a serem usadas quando os seus alunos não fazem os trabalhos, perturbam uma aula, ou copiam num trabalho ou exame.

Referência citada:  Sykes, Gresham e David Matza, (1988) “Techniques of neutralization,” em J.M. Henslin (ed)  Down to Earth Sociology, Introductory Readings, Free Press. New York.

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Última actualización: 2012.10.20

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