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KARL MARX

A Sociologia não defende o comunismo

por Phil Bartle, PhD

traduzido por Gabriela Santos,

Guia de Treinamento

A Sociologia não defende o comunismo. Contudo, utiliza os escritos e a perspectiva de Karl Marx em algumas análises sociais de "o que é". Esta afirmação não precisa de ficar registada em nenhuma resposta de exame, mas é uma informação para os estudantes que possam ficar apreensivos relativamente aos conteúdos da disciplina.

Como contribuiu Marx para a Sociologia?

Karl Marx nunca se apelidou a ele próprio de sociólogo, contudo, teve uma enorme influência na Sociologia e nas restantes ciências sociais.

Fora do âmbito das Ciências Sociais, Marx é mais conhecido pelos seus escritos sobre o comunismo.

Ele afirmava que a classe operária derrotaria a classe dos patrões, o que resultaria numa utopia em que o Estado se iria gradualmente enfraquecendo e os princípios de funcionamento da economia se baseariam na máxima "De cada um consoante as suas capacidades e a cada um consoante as suas necessidades".

A contribuição de Marx para o pensamento sociológico foi principalmente a sua perspectiva da "Teoria do Conflito", na qual a organização social e a sua mudança se baseiam nos conflitos intrínsecos à sociedade.

Ele não definiu a perspectiva nem inventou a expressão.  Os que usam a sua perspectiva retiraram o termo dos seus escritos.

As suas noções de mudança foram construidas a partir do trabalho de um filósofo, Hegel, que desenvolveu o conceito da dialética.

Esta noção baseou-se na ideia de que tudo encerra em si mesmo as sementes da sua própria destruição, mas que uma nova forma de organização surgiria das cinzas resultantes daquela destruição.

Algumas pessoas vêem aqui semelhanças com os mitos clássicos gregos e latinos sobre a Ave da Fénix, que voa demasiado próxima do Sol e arde, e com os mitos da Criação do povo Athapaskan, oriundo das Grandes Planícies da América do Norte.

Marx aproveitou esta ideia da dialética e aplicou-a à sociedade, afirmando que as origens da mudança social são todas materialistas e não basedas em ideias ou emoções.

Nos nossos termos, isto significa que elas pertencem às dimensões culturais da tecnologia e da economia.

À medida que a tecnologia se desenvolveu e os povos passaram de caçadores-recolectores à prática da agricultura (horticultura e criação de gado) e à Revolução Industrial, as mudanças na tecnologia conduziram a mudanças na organização social, nas crenças e nos valores.

A principal fonte de conflito social na era industrial era entre:

  • os operários, aos quais Marx chamou de proletariado, a partir do Latim, que eram os que sobreviviam da venda do seu trabalho, e

  • os industriais proprietários das fábricas, a quem Marx chamou de burguesia, uma palavra com a mesma origem de burgo e burgês, aquele que precisa do trabalho para fazer lucro.

A classe explorada era favorável e beneficiaria da mudança no sentido de uma maior equidade, ao passo que a classe exploradora resistia a esta mudança.

Esta abordagem é chamada de materialismo dialético.

Não deixa de ser irónico que Marx tenha previsto que as revoluções comunistas ocorreriam em sociedades industrializadas e as únicas da história que efectivamente aconteceram, tiveram lugar em sociedades feudais de grandes latifúndios (Rússia e China).

Um conceito importante da abordagem do conflito, depois de vermos a dinâmica social como um produto da competição pelos recursos, é o de que os que detêm o poder (os que possuem riqueza) tinham interesse em perpetuar o sistema que os coloca no topo da pirâmide social.

Esta ideia tem sido aplicada em escalas micro e macro tais como a dinâmica familiar e as organizações sociais nacionais, respectivamente.

A abordagem do conflito, que deriva dos escritos de Marx, tem sido utilizada e adaptada a um grande número de tópicos em sociologia.

Embora oriundo da Alemanha, Marx passou a maior parte do seu tempo a escrever na British Library, em Londres.

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Ultima actualizare: 2012.10.16

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