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CARACTERÍSTICAS DA COMUNIDADE

por Phil Bartle, PhD

traduzido por Ana Maria Abreu

Guia de Treinamento

Para que a comunidade seja saudável e una, deve ser sustentada no amor e preocupação das pessoas umas para com as outras.   ––   Millard Fuller

 

PODE UMA COMUNIDADE POSSUIR UM ESPÍRITO?

A permanecer uma ciência, a Sociologia não pode tomar decisões teológicas, tal como a decisão da existência, ou não, de espíritos.

Para responder a estas perguntas, devemo-nos dirigir a um consultor especializado em religiões.

A expressão "Espírito Comunitário" aqui usada, não tem uma interpretação teológica. Não existe nada sobrenatural acerca da comunidade ou qualquer outra instituição social na sociedade.

 

O QUE É ENTÃO O ESPÍRITO COMUNITÁRIO?

O Espírito Comunitário concerne as ideias que os membros da comunidade tem acerca de si próprios e da sua comunidade. Estas ideias usualmente reflectem atitudes positivas e optimismo em relação ao futuro. Assim sendo, estas ideias encorajam o altruísmo e a consequente contribuição dos membros para o bem estar da comunidade. De entre estas atitudes, destacamos a lealdade. E o optimismo. Estas atitudes são reflectidas no comportamento dos membros da comunidade contribuindo para um melhor futuro da comunidade em questão. Quando os membros da comunidade "têm espírito", não significa que estejam possuídos por seres sobrenaturais; significa que são membros activos e positivos. Significa que são animados.

Uma característica importante de uma comunidade é que as pessoas têm consciência da pertença a essa comunidade. Podemos chamar espírito comunitário a esta lealdade.

O conceito de "espírito comunitário" aqui usado, não é um termo técnico sociológico, mas é usado de forma a apresentar uma importante e talvez moduladora, característica na natureza da comunidade –– denominada pelos sociólogos "gemeinschaft."

O conceito de "espírito comunitário" aqui usado, não é um termo técnico sociológico, mas é usado de forma a apresentar uma importante e talvez moduladora, característica na natureza da comunidade –– denominada pelos sociólogos "gemeinschaft."

Em Alemão, a palavra "gemeinschaft" significa simplesmente "comunidade". No entanto, devido ao sociólogo alemão, Ferdinand Tönnies, usamos esta mesma palavra em Inglês, na área da sociologia, para descrever algumas coisas que podem ser vistas como características essenciais das comunidades.

Este conceito projecta o Espírito Comunitário alguns passos à frente.

 

GEMEINSCHAFT  e  GESELLSCHAFT

Tönnies contrastou "gemeinschaft" com "gesellschaft". Em Alemão, "gesellschaft" é um substantivo que significa "sociedade".  Em Inglês, na área da sociologia, é usado como um adjectivo para caracterizar contrastes com "gemeinschaft," implicando conceitos como "frio" e "formal", associados mais com a vida urbana do que rural.

O que Tönnies se propunha explicar, era uma mudança no tempo, à medida que as sociedades ficavam mais complexas, passavam de uma organização social "de aldeia" informal e pessoal para uma organização social mais formal, baseada em regras e "fria" (impessoal). Onde havia "características gemeinschaft ", a maior parte das pessoas conheciam-se e as pessoas interagiam umas com as outras como pessoas totais e não como partes, representando meros papeis no vácuo social.

Este fenómeno representa uma mudança linguística interessante. Assim, Comunidade referia-se a um grupo de pessoas, com a sua cultura e organização social, dentro da sociedade como um todo. A palavra Alemã para Comunidade trouxe um novo significado que se refere às características informais e pessoais das comunidades. É uma mudança de substantivo para adjectivo. De modo a manter a distinção, os sociólogos mantiveram a palavra Alemã (gemeinschaft) como adjectivo, e a palavra Inglesa (community - em português, comunidade) como substantivo. Consideramos gemeinschaft não como um conceito "sim ou não", mas como algo que diferentes comunidades têm em variados graus.

 

CUIDADO COM A COMUNIDADE ROMANTIZADA:

Algumas pessoas gostam da vida na cidade. Outras gostam de morar em pequenas comunidades rurais. Vamos omitir ermitas, prospectores e caçadores por agora. Todos fazemos escolhas e estas baseiam-se nos nossos valores e atitudes.

Porque nós já temos as nossas ideias acerca das características das diferentes comunidades, somos susceptíveis a idealizar aquelas com mais gemeinschaft do que aquelas com mais gesellschaft. Lembremo-nos que como cientistas sociais, nos preocupamos mais com "o que é" do que com "o que deveria ser".

Quando uma comunidade tem mais gemeinschaft, pode-se tornar uma situação miserável ter de morar em tal comunidade onde todos conhecem a nossa vida privada, onde os rumores / fofocas exercem a força necessária para manter as pessoas em ordem, e onde existe pouca liberdade para actuar ou vestir de formas excêntricas ou simplesmente diferentes. Outros gostam da segurança de serem reconhecidos por todos aqueles que encontram, preferem não ter de tomar decisões acerca de crenças religiosas e escolhas políticas e gostam do sentimento de conforto dos valores e experiências partilhadas.

Por outro lado, quando uma comunidade tem mais gesellschaft, pode-se tornar uma situação miserável devido ao anonimato e à ausência de amigos. Pode-se ser ignorado a maior parte do dia, ter medo de estranhos por estes nos poderem fazer mal ou roubar, e não ter a certeza das leis e por isso poder ser preso a qualquer momento.

Para outros, poderá ser uma alegria ter a liberdade da ausência do controlo sobre os seus estilos de vida, liberdade para ter qualquer crença religiosa sem que os outros a tentem corrigir, liberdade para defender qualquer perspectiva politica minoritária, e não ter de suportar rumores e fofocas.

Temos de ter cuidado quando as pessoas falam ou escrevem sobre comunidades, como se estas fossem ideais. Alguns advogados da participação comunitária, escrevem como se existisse algo intrínseco a uma comunidade que justificasse a participação na mesma. Muitos autores de ficção e não-ficção, descrevem a vida rural nas pequenas aldeias como intrinsecamente boa, enquanto alguns outros fazem o mesmo ao descreverem a vida na cidade.

Concentremo-nos "no que é" e não "no que deveria ser".

 

O ESPÍRITO DA COMUNIDADE PODE SER MALIGNO:

Uma comunidade pequena depende de meios de controlo informais que, por sua vez, dependem de rumores e fofocas. Às vezes, as fofocas podem ser cruéis e disfuncionais. Às vezes, as vitimas são acusadas, julgadas e punidas quando, na realidade, são inocentes. Isto acontece, porque os rumores e fofocas não respeitam a mesma série de controlos e balanços impostos por um tribunal formal.

Se já alguma vez teve o infortúnio de sofrer as consequências de rumores ou fofocas, usados como sanções negativas, independentemente de ser culpado ou não, saberá o valor desta punição, e poderá bem desejar trocá-la uma cela calminha.

Apesar de muitas vezes usarmos os termos "caloroso e confortável" para indicar qualidades do gemeinschaft, cuidado, para evitar pensar que isto significa que viver numa comunidade simples e doce. As características do gemeinschaft resultam numa comunidade suficientemente pequena para que a maior parte dos membros se conheçam; para que o controlo social seja baseado em métodos informais (fofocas), em vez de regras formais ou leis; e para que a divisão do trabalho e papeis sociais seja menos rígida ou formal. Para algumas pessoas, isto pode ser difícil e desconfortável. Apesar de "unidade" fazer parte da palavra "comunidade", não existe nenhuma garantia que a comunidade seja harmoniosa e una.

As divisões sociais podem ser longas e azedas, dissipando-se apenas depois de muitas gerações. Estas divisões podem ser baseadas em clãs, castas, classe, idade, género, etnicidade, língua, religião, estatuto social e financeiro –– todos os factores intervenientes na organização social.

 

FOCAR O ESSENCIAL –– IDENTIDADE E ESTEREOTIPIZAÇÃO

Cada comunidade é diferente.

Como humanos e da forma como somos socializados, tendemos a fazer generalizações baseadas em poucas observações particulares. Isto é normal. E através de tal sistema de generalização que aprendemos uma língua.

No entanto, quando aplicamos este método a alguns aspectos da nossa vida, poderemos ficar em apuros.

Usamos a expressão "focar o essencial" para significar o processo através do qual fazemos inferências acerca da personalidade e características de um ou dois membros da comunidade, e depois extrapolamos essas características para um estereotipo das características de toda a comunidade.

Isto nem sempre é uma coisa negativa. Os membros da comunidade tem orgulho da sua identidade, e muitas vezes reconhecem-se nessas características e pontos fortes e orgulham-se deles. Isto contribui para os elementos de lealdade e orgulho do gemeinschaft.

No entanto, também pode ser uma forma de etnocentrismo que exagera algumas características da comunidade e depois as usa para baixar a auto-estima popular dessa comunidade.

Uma nota acerca dos estereótipos étnicos. Já reparou que quando um cómico brinca com um grupo étnico, ou uma comunidade, isto é aceitável se ele/ela for um membro dessa comunidade ou grupo étnico?

Se as mesmas piadas forem feitas por pessoas da sociedade geral, então são vistas como ofensivas. O riso e aquilo que faz as coisas serem divertidas é um indicador importante para os sociólogos. Isto diz-nos muito sobre os tópicos que são sensíveis numa comunidade.

 

COMUNIDADES CONSTRUÍDAS:

A tradicional noção ortodoxa de uma comunidade, é aquela da comunidade rural, com fronteiras geográficas e populacionais distintas, pequena e sustentada na agricultura, pesca ou tecnologias semelhantes.

Chegou o momento de questionar esta visão e deitar fora este modelo que já viveu para além da sua utilidade.  Novas comunidades estão agora a ser criadas e desenvolvidas. Ver: Neo Gemeinschaft.

À medida que as sociedades se foram tornando mais urbanas, formais, complexas, com divisões de trabalho, separação de papeis e interdependência, fizeram desabrochar mais das características do gesellschaft.  Talvez exista uma necessidade natural, ou pelo menos um forte desejo dos humanos, em ter a maior parte das suas interacções sociais diárias com pessoas que conhecem e não com estranhos que interagem com papeis unidimensionais.  Basta dizer que urbanização e alienação deram origem a comunidades construídas, onde podem não existir fronteiras geográficas, podem não ter sido originadas e crescido de forma natural e não planeada, e podem existir em cidades ou na Internet.(1)

Algumas dessas novas comunidades consistem em associações voluntárias de indivíduos que partilham um interesse ou uma paixão (e.g. comboios em miniatura, danças de salão, xadrez, treino militar, desenvolvimento internacional, baseball, maçonaria, liberdades civis ou clubes de fãs). Estas são organizações voluntárias, sem proveito ulterior (non-profit), muitas vezes chamadas ONGs (Organizações Não Governamentais). Os seus membros não são pagos mas doam o seu tempo e esforço para que as organizações se mantenham em funcionamento.

A formação de comunas residenciais e kibutzes é outra forma deliberada de criar comunidades construídas.

Uma manifestação elementar do desejo de gemeinschaft pode ser encontrado na pratica urbanas de aprender o nome do carteiro, condutor do autocarro, bibliotecário, sem abrigo, farmacêutico, ou vendedor (no café, supermercado, clube de vídeo, correios, restaurante, e outros estabelecimentos de serviços), e de saudar estas pessoas diariamente usando o seu nome próprio.

A mesma prática pode ser encontrada no local de trabalho. Talvez exista uma estrutura organizacional formal, mas as pessoas fazem amigos e conhecimentos que atravessam as linhas organizacionais oficiais. Para além dos requerimentos formais de cooperação, um grupo de trabalho pode desenvolver relacionamentos mais profundos do que aqueles requeridos. Um grupo de trabalho pode organizar uma festa de patinagem no gelo, um piquenique da companhia, um baile, uma visita conjunta a um jogo ou um barbecue.

Certamente, como descobriram Bhushan Crossman e Colleen Thompson, na nossa aula de sociologia 160, os estudantes e instrutor atravessam um processo que começando como estranhos. Eles aprenderam mais sobre um e outro e, no fim do curso, tinha ocorrido um fenómeno considerável de socialização, fazendo com que parecesse uma família e gemeinschaft tinha sido gerado, fazendo com que a aula parecesse uma comunidade.

Muitas das comunidades construídas são o produto da urbanização, onde cidades podem juntar pessoas com valores e interesses semelhantes. Isto ocorre desde a origem das cidades. Relacionamentos de longa distancia entre tais grupos com interesses semelhantes foi uma extensão de cada comunidade construída. Agora, com o advento da Internet e do e-mail, novas comunidades construídas estão a ser formadas, muitas das quais não podem ser chamadas de comunidades, e são associações de pessoas com interesses semelhantes, e outras que são deliberadamente construídas e formadas como comunidades on-line.

Citando Forrest Gump, "Uma Comunidade é o que uma comunidade faz".

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  Nota de Rodapé:

1.  Talvez os Maçons estejam entre as mais velhas comunidades construídas. Dizem ter a sua origem nos marceneiros que construíram as pirâmides. Seja qual for o caso, as associações voluntárias estão profundamente intricadas na nossa historia, e podem estar entre as respostas humanas mais precoces à subida em gesellschaft que é associada à urbanização.

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Última actualização: 2012.06.26

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