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DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADEEstimular o aumento da força organizacionalpor Phil Bartle, PhDtraducido por Sam MangeiaOrientações para o facilitadorOrientações para ajudar uma organização a desenvolver a sua força organizativaSumário: Este documento, descreve o método do desenvolvimento da capacidade organizativa para o facilitador. Utilizando muitos métodos e técnicas do mobilizador ou activista comunitário (para a potenciação das comunidades de baixos rendimentos), esta metodologia é um guião para o facilitador destinado a estimular o aumento da capacidade de uma organização específica. O elemento mais importante é a participação (na tomada de decisões), e destaca o papel do facilitador como guia e estimulante (não controlador, nem implementador) do processo de desenvolvimento da capacidade. Introdução: O desenvolvimento da capacidade, potenciação e fortalecimento- todos descrevem o aumento da habilidade de uma instituição social para alcançar as metas planificadas. Um começo valioso é (1) olhar a capacidade como sendo composta por dezesseis elementos fundamentais (ver: Elementos de potenciação); (2) assumir que a organização (não o facilitador) sozinha pode desenvolver a sua capacidade, (3) ver que o princípio mais efectivo que pode tomar é promover a participação de todos os membros da organização, e (4) que o seu papel é de guiar e estimular, não para controlar. A organização ou instituição aqui descrita, pode ser OBC/CBO (organização baseada na comunidade), ONG (Organização Não Governamental), empresa privada (ex. um negócio), ou departamento das NU, governamental, agência ou Ministério. As técnicas derivam-se da metodologia de potenciação das comunidades de baixos rendimentos as quais incluem a gestão da formação. Para começar o seu trabalho, em primeiro lugar necessita de um encontro com os líderes da organização. Explique que precisa de um activo apoio deles e a aprovação/aceitação dos métodos a serem usados. Provavelmente irá necessitar de dar-lhes um apontamento preparado dos dezesseis elementos da força. O mais importante que deve explicar é que o desenvolvimento da capacidade requere a participação de todos os membros da organização (funcionários/e ou voluntários), incluindo os de alto e baixo nível social. Se os líderes ou executivos não concordarem com o seu princípio participativo (assegure que eles entendam que a sua intenção é que todos os membros participem na tomada de decisões referentes a qualquer mudança que possa ter lugar na organização), é preferível cancelar os seus serviços, explicando que sem uma tomada de decisões participativas por todos os membros, não pode garantir que a capacidade da organização aumente através dos seus métodos. A aceitação por parte deles é necessária para legitimizar os seus métodos, e deve ser formalizada e comunicada a todos os interessados. Determinar as necessidades: Convoque uma reunião com todos os membros da organização. Explique o seu propósito, que para que o processo seja útil, será necessária a sua inteira participação. Qualquer mudança terá que ser sugerida e aceite por eles, e o seu papel é de-lhes facilitar e guiar neste processo. Informe a eles que com a tua ajuda, deverão identificar em primeiro lugar as necessárias mudanças e você irá fornecer-lhes algumas linhas orientadoras, mas eles devem decidir como grupo o tipo de mudanças pretendidas. Pode ser útil que introduza aqui o método de chuva de ideias (ver: Chuva de ideias ─ Brainstorm). Estas necessidades iniciais e análise situacional, com o grupo pode levar um a dois dias. Quanto maior for o grupo, mais tempo poderá levar. Faça –lhes conhecer que a intenção de ambos é de aumentar a força da organização e que será necessário trabalho de todas partes. Não será feito numa única reunião, a primeira reunião será necessária para determinar que tipo de acções serão levadas a cabo e os encontros subsequentes serão necessários para dar seguimento a estas acções e para modificar e refinar o processo caso seja necessário. Até este ponto será útil que esteja completamente familiarizado com os dezesseis elementos chave da potenciação e dê sugestões e explicações de alguns deles que por ventura tenham sido deixado fora. É desejável que prepare e distribua apontamentos com descrição resumida de cada um dos elementos da força (ver: o Apontamento sobre os elementos). Tal como na sessão de chuva de ideias, utilize o quadro (um papel branco colocado na parede), e peça sugestões sobre o que é necessário para o desenvolvimento da capacidade ou sua composição. Explique que as críticas às sugestões durante a sessão não são aceites e todos estão convidados a dar as suas contribuições. Quando as sugestões terminarem, agrupe todas as duplicadas e similares, por fim refine a lista. O resultado será de certo modo parecido com a lista dos elementos contidos no apontamento discutido anteriormente. (Se encontrar mais elementos de força fora dos da lista, pedimos que nos escreva a este web sitio descrevendo o que são; a sua contribuição será reconhecida e adicionar-se- á nesta lista dos dezesseis). Selecçionar as prioridades: O passo seguinte, será de decisão colectiva das prioridades. Qual dos elementos da força deve ser abordado em primeiro lugar? Pode escolher qualquer número, de um a todos, mas deve fazer uma lista indicando a ordem de prioridade. Explique que o critério da escolha de prioridades não é fixo; poder ser pela facilidade de retificação, ou pela urgência com que são necessários. Neste ponto, pode decidir se algumas das prioridades indicadas passam para mais tarde, e determinar o momento em que serão futuramente atacados. Todas as decisões devem ser do grupo, e o seu papel é de facilitar o processo. É importante fazer o registo do encontro, anotar a lista dos elementos necessários para o fortalecimento, e as prioridades do grupo em termos de elementos indicados para o trabalho imediato, os que ficam para mais tarde e aqueles que podem ser negligenciados. Gerar estratégia: Para cada um dos elementos, o grupo deve escolher um e trabalhar nele, é necessário produzir uma estratégia que indica a forma como o elemento será modificado. Alguns elementos poderão necessitar mais do que uma estratégia. Então, é necessário que o grupo escolha a estratégia ou estratégias a ser (em) aplicada (s) para cada elemento conforme as circunstâncias. Aqui está a lista dos dezesseis elementos. Estruture-os de tal forma que as suas sugestões sempre iniciem com “nós devemos....” e nunca “eles devem...” Como grupo, eles não têm controlo do que as outras pessoas podem fazer, apenas o que eles podem fazer como decisão do grupo. Torna-se necessário, dar- lhes uma folha de papel contendo a lista de oito dos seguintes elementos e com um espaço em frente de cada um para tomar notas. Assegurar que as sugestões sejam escritas no quadro e passadas para a acta do encontro por um voluntário ou relator. Acrescente uma das seguintes frases para cada um deles: “se esta for uma das prioridades do grupo, pergunta como (não você) deveriam aumentar o elemento e fortalecer a organização”. Relembre-os que as suas sugestões devem ser práticas e “fazíveis” (não meramente um desejo do que realidade).
Os seus participantes podem acreditar no princípio que alguns destes elementos estão fora do seu controlo. Por exemplo, o contexto político e administrativo à volta da sua organização, depende das decisões dos outros do que deles. Explique-os que podem encontrar estratégias que incluam a advocacia, exemplo acções que possam influenciar o ambiente à volta deles. Tendo recursos limitados, eles devem decidir se as acções a levar a cabo irão produzir resultados esperados num período de tempo limitado ou não, assim, devem re-decidir se existem dentro das suas prioridades outras acções a desenvolver. Em todos os casos, a estratégia desenhada deve corresponder às necessárias prioridades dentro dos elementos previamente discutidos e se necessário com algumas notas sobre os elementos a serem considerados mais tarde. Avaliação da capacidade anterior e actual: Depois de os participantes se familiarizarem com os elementos da capacidade e estejam mais conscientes em como irão aplicar nas suas próprias organizações, este é o melhor momento, para avaliar a força da sua organização. Explique a eles que serão usados os dezesseis elementos, de forma que lhes permita como grupo avaliar a sua relativa força. Consultar o documento e módulo de avaliação da capacidade. Utilize com eles este método (ver medição da força). Nota (explique aos participantes) que a sua avaliação individual poderá ser subjectiva, porém, os números que assinalarem representam o grupo como um todo. Anotar o valor de cada elemento. Discuta com o grupo as médias e os valores totais. Explique-os que como um exercício de potenciação, irão usar o método para futura avaliação que mostre algum progresso. Esta avaliação temporal não está escrita numa pedra. Poderá escolher o período de avaliação, antes de escolher as prioridades entre os elementos. Pôr a estratégia em marcha: Relembre os participantes que a avaliação e identificação das acções necessárias, não é um exercício académico. É tempo para fixar tarefas, acções específicas para pessoas concretas. Coloque-as no quadro, e tome as notas para levar consigo. Não é suficiente dizer que “deve ser feito algo”. Aqui, o grupo por ti orientado deve identificar especificamente quem irá fazer o quê, data, outras pessoas envolvidas, lugar, contexto e resultados esperados. Dizer ao grupo quando irá regressar e indique os membros que irão reportar as acções levadas a cabo no intervalo entre os encontros. Assegure que cada um compreenda que acções devem ser levadas a cabo pelas pessoas indicadas para o efeito e que as mesmas terão que reportar os resultados do seu trabalho no próximo encontro. A data do próximo encontro deve ser indicada. Dependerá do seu programa do campo e da direcção executiva da organizaçõesão. Um intervalo de duas a cinco semanas entre reuniões, seria o ideal. Neste ponto, o método está aberto. O número de reuniões posteriores depende de muitos factores, seus próprios recursos, os termos de referência do teu trabalho, a disponibilidade do tempo da própria comunidade e outros factores externos. Depende de ti fazer arquivos de todas as actas de reuniões. Recorra a um assistente (voluntário se for necessário) para tomar notas das decisões durante as reuniões (no memonto em que estiver a facilitar-lhes), e logo converta estas notas em um registo das suas operações, enfatizando as sugestões e decisões dos participantes, não como uma reunião clássica (com “agenda”, “temas a tratar”, assim sucessivamente). Releia e analise as suas notas para determinar que acções se vão tratar nas próximas reuniões, Tal como outra animação e os métodos de gestão da formação neste sítio, você deve enfatizar que os participantes se engajem na tomada de decisão genuína. Isto não significa que você seja sempre obrigado a tomar as suas sugestões iniciais tal como formularam. Desafie-lhes. Lembre os métodos do Sócrates. Ajude-lhes a clarificar e refinar as suas decisões fazendo perguntas sobre o porquê das suas escolhas e previsão dos respectivos resultados. (Este desafio é essencial, mas não deve ser feito durante as sessões de chuva de ideias). O melhor tempo para questionar muitas suposições, é quando se efectua a revisão da estratégia produzida no primeiro encontro, depois de ter tido tempo para sua análise, assegurando que de facto as suas escolhas irão fortalecer a organização (ver "dependência" e " recursos escondidos."). Ao mesmo tempo, talvez poucos meses ou um ano mais tarde, será tempo para parar a sua intervenção, faça com o grupo uma avaliação participativa, para apurar os resultados alcançados e decida se houver realmente necessidade de intervenções futuras, elabore uma cláusula na sua contribuição e comunique a sua agência e os executivos da organização cliente. Conclusão: O desenvolvimento da capacidade de uma organização, similar a uma comunidade, não é um evento ou procedimento finito. É um processo contínuo, aberto e fechado. A sua intervenção não deve somente introduzir actividades que irão resultar no aumento da capacidade da organização, deverá também estimular o processo que permita aos membros da organização, benefícios e envolvimento na sua gestão, para continuar o processo de potenciação depois de você ter partido. ––»«––Oficina de Trabalho: © Direitos de autor 1967, 1987, 2007 Phil Bartle
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