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CAPÍTULO 6
Alguns outros elementos essenciais
Treinamento de fortalecimento; Metodologia de Treinamento de gestão comunitária
por Phil Bartle, PhD
Traduzido por Isabela Fontanella
6. Outros Tópicos Essenciais de Treinamento:
Esse capítulo rapidamente olha para outros tópicos dos workshops e treinamento informal, além do treinamento de gestão descrito nas seções anteriores. Estes estão apenas listados aqui explicados com mais detalhes em outros documentos do PGC.
6.1. Gênero e minorias:
A participação de mulheres, deficientes físicos, jovens sem direitos civis, grupos de baixa renda, e outros grupos vulneráveis é uma parte essencial do treinamento de gestão comunitária.
Em termos de direitos humanos, essas pessoas não devem apenas ser incluídos mas, serem os primeiros a receberem os benefícios de cada projeto da comunidade. Além disso, a exclusão destes grupos contribui no geral para a pobreza e a ineficiência.
Faz sentido prático mostrar fontes que poderiam, ao contrário, serem subjugadas ou perdidas por causa da extensão das tradições e atitudes obsoletas.
6.2. Desenvolvimento ecológico apropriado:
Treinamento de gestão comunitária visa ser ecologicamente correto
Reciclando o lixo, por exemplo, se organizado efetivamente, irá "salvar" um recurso normalmente ignorado. Proteção de recursos renováveis e não-renováveis também geram grande senso de economia para a comunidade no longo prazo.
Aumentar a preocupação com as questões ecológicas durante o treinamento promove esse princípio de gestão.
Ilustração 15: Treinamento técnico; aprendendo a reciclar o lixo
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6.3. Monitoramento:
Monitoramento do progresso de qualquer projeto ou atividade deve estar integrado com este planejamento e implementação. Isto é incluído no treinamento de gestão comunitária. Monitoramento deve ser feito pelos próprios membros da comunidade, por todos os atores representados pelos signatários do contrato comunitário, e por ou em nome dos vários doadores.
Para mais informações sobre medindo o crescimento da força da comunidade, veja Medindo o progresso; Avaliando o empoderamento de comunidades.
Como monitorar, e como institucionalizar o monitoramento e avaliação, são parte do treinamento de gestão comunitária. Treinadores como facilitadores devem saber dos membros da comunidade (ex. através de sessões de geração de idéias) o que deve ser monitorado.
6.4. Prestação de contas transparente:
Se algum fator pode contribuir para uma paralisação precoce e cancelar as atividades comunitárias, este é a suspeita do mau uso dos recursos, assim, acabando com a sustentabilidade.
O treinamento de gestão comunitária primeiramente levanta uma preocupação com a necessidade de uma prestação de contas transparente; meios que os membros da comunidade podem ver por si mesmos que as verbas recebidas são realmente direcionadas para projetos e não desviados para outras coisas. Depois o treinamento pode ir ao "Como" de transparência financeira, prestação de contas, manter livros de contabilidade em dia e contas financeiras válidas e resultado das verbas.
Decisões, como enviar cópias das contas financeiras (quando e para quem), e relatórios orais nas reuniões da comunidades, são feitos nas sessões de geração de idéias enquanto o treinador facilitador guia os membros da comunidade para o por que e como
6.5. Registros financeiros e Relatórios do currículo:
Como uma parte integral do nosso fortalecimento da organização-base da comunidade, nós ajudamos a participação em OBCs para desenvolver habilidades em registros e relatórios das transações financeiras. Essa estratégia tem 2 partes: uma requer que OBCs participem para assinar contratos e incluir registros próprios e relatórios de transações financeiras. A outra é a que oferece treinamento em prestação de contas simples e procedimentos de relatórios.
O conteúdo do treinamento deve ser desenhado de forma que possa ser entendido com facilidade por pessoas que não tem alto nível de educação. Talentos matemáticos básicos (ex. algo como literatura, mas uma habilidade que use números) deve ser assumido, mas não em um nível alto de conhecimento. O conteúdo deve ser desenhado com formato simples, para serem usados na base da pirâmide de mobilização, então os coordenadores entendem isso, os assistentes podem ser guiados pelos coordenadores, os mobilizadores podem ser guiados pelos assistentes e membros executivos de cada OBC podem ser guiados por aqueles mobilizadores, assistentes e coordenadores.
O treino inicial para cada OBC deve incluir assistência de treinamento, suprimentos básicos necessários para registrar transações financeiras, ex, livros de contabilidade, livros de recebimento e papel.
A ênfase do treinamento deve ser na prestação de contas e transparência. Nosso objetivo não é prover habilidades confidenciais a indivíduos, mas usar o treinamento como um meio de promover o empoderamento da comunidade, como um elemento do treinamento de gestão comunitária, e para garantir que a prestação de contas dos projetos comunitários sejam mantidos certos, e entendidos (e como conseqüência poder ser monitorados) por todos os membros das comunidades participantes.
O treinamento não deve enfatizar uma "abordagem de palestra", onde é dito aos participantes o que fazer. O estilo não deve ser somente um "estilo facilitador" de um contador distribuindo informação pelos participantes, mas deve ser "mão na massa", onde os participantes são pedidos para preencher livros de contabilidade, preparar relatos financeiros e instrumentos de prestação de contas, e associar relatórios escritos e orais, como se fosse nas reuniões da comunidade.
O treinamento deve ser encorajador e apoiador. Não deve ser permitida qualquer crítica ou contradição dos participantes pelos facilitadores ou treinadores. Quando os participantes errarem, o treinador deve simplesmente demonstrar o certo ou os procedimentos apropriados a serem seguidos ou as técnicas a serem aplicadas. Os treinadores e facilitadores devem elogiar honestamente cada feito, e freqüentemente enfatizar que os participantes têm a habilidade de manter as contas de forma correta, preparar relatórios adequados, e manter transparência, especialmente entre os membros da comunidade.
6.6. Workshops de treinamento de habilidades financeiras:
Primeiro, deve haver um workshop de nível nacional, no qual coordenadores, assistentes, e pelo menos um mobilizador de cada comunidade assistam. Apesar de que nenhuma dessas pessoas deve manter as contas da comunidade, elas devem estar completamente familiarizadas com as habilidades contábeis e procedimentos requeridos, e se tornarem treinadores das OBCs que devem ser responsáveis pela sua própria contabilidade dos projetos comunitários.
Aqueles que fizerem este primeiro workshop devem usar suas habilidades (aprendidas no workshop interno) para treinamento, encorajamento e monitoramento das OBCs que mantém suas próprias contas dos projetos da comunidade. Depois eles devem fazer várioas workshops regionais para implementar os projetos comunitários. Os participantes destes workshops devem incluir entre 3 e 5 membros executivos do comitê da OBC. Deve incluir o tesoureiro do comitê, e ao menos um presidente, vice-presidente ou secretário executivo da OBC. Nós aconselhamos que pelo menos um outro membro da comunidade, que não seja do executivo, também faça parte. A essa altura os assistentes e mobilizadores devem agir como facilitadores para dar assistência ao coordenador e treinador principais de cada workshop regional. Outro mobilizador que não assistiu ao primeiro workshop deve assistir.
Os membros executivos da OBC devem ser o foco, e um workshop como este deve incluir diferentes projetos baseados na comunidade. (Isso garante resultados valiosos da troca de experiências diferentes mas relacionadas).
Reuniões posteriores com os executivos da OBC, para ver os livros de contabilidade e outros registros, devem ser feitas pelos coordenadores. Dar retorno para a OBC sobre relatórios financeiros é responsabilidade do coordenador. Este retorno deve incluir comentários escritos em alguns relatórios e comentários verbais em todos os relatórios enviados. O retorno deve ser de assistência, encorajamento e informativo. Enquanto evita críticas, o retorno deve apontar o maior número possível de pontos positivos, e fazer sugestões para melhorar onde for necessário. Assistentes e mobilizadores devem ser encorajados a dar retorno de maneira similar à dos coordenadores.
O conteúdo do treinamento financeiro está incluído no Apêndice 3, e reproduzido no documento: Treinamento financeiro para OBCs.
Ilustração 16: Monitoramento e Avaliação Comunitária:
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6.7. Relatórios:
Não só as transações financeiras devem ser registradas de forma precisa e ser transparente para todos os envolvidos, as atividades e eventos relacionados ao alcance dos objetivos da comunidade também devem ser. Novamente, o por que e como são trabalhados pelos facilitadores nas sessões de "geração de idéias".
A preparação para relatórios escritos é uma parte substantiva do treinamento de habilidades de gestão. A reprodução e distribuição de relatórios narrativos devem ser incluído nas propostas e contratos. Veja Escrevendo um relatório.
6.8. Gestão de habilidade pessoal:
Quanto maior um projeto ou atividade comunitária, mais complexo ele é. Várias pessoas diferentes estarão fazendo várias coisas diferentes (ações) para contribuir para o alcance dos objetivos do projeto. A gestão das pessoas requer habilidades específicas.
Especialmente o comitê executivo da OBC, mas também muitos de seus membros, podem contribuir para uma gestão melhor do projeto (e mais tarde outras atividades comunitárias depois do projeto completo) se souberem as qualidades de um bom gestor. O uso correto do elogio e do encorajamento, evitando reclamações e críticas, por exemplo, não serão somente boas maneiras; serão bons instrumentos de gestão. Eles são parte do treinamento.
6.9. Organizando voluntários:
Como mencionado acima, boas habilidades de gestão são necessárias para completar qualquer projeto da comunidade. Trabalho voluntário (doações) são casos especiais. Lidar com trabalho voluntário e doações, incluindo trabalho comunitário feitos por grupos despreparados, pede que aqueles que estão preparados tenham sensibilidade acima de tudo, mesmo em direção ao trabalho remunerado.
Lembre que a recompensa para o trabalho remunerado é principalmente o salário ou honorários (e satisfação), enquanto a recompensa para trabalho voluntário é a sensação boa de dever cumprido e de apreciação. Os organizadores de um projeto comunitário devem enxergar que o elogio e a expressão verdadeira de apreciação, em público, são necessários para obter e sustentar trabalhos voluntários.
6.10. Levantamento de fundos:
Assim como a mobilização de gestão de recursos doados, trabalho, terra, ferramentas, transporte e planejar reuniões, os organizadores de um projeto comunitário devem também saber ou aprender como arrecadar dinheiro. Aqui um facilitador deve estar familiarizado com vários métodos de levantar fundos.
Usando a sessão de "geração de idéias" o facilitador não faz discursos ou palestras para a OBC sobre como levantar dinheiro, mas pede idéias e sugestões daqueles presentes. Delineando categorias de levantamentos de fundo, o facilitador pode desenhar a estratégias da OBC ao mesmo tempo que os estimula com novas e interessantes perspectivas sobre como obter recursos financeiros.
Hoje em dia existem conferências no terceiro mundo de fundações não-governamentais, e até uma ONG local na Índia que só trabalham com levantamento de fundos para outras ONGs. As possibilidades são surpreendentemente numerosas e interessantes.
Um dos vários documentos sobre como obter recursos é: Levantamento de fundos para OBCs.
6.11. Treinando registros:
A "documentação comprovativa" deve ser deixada para trás em todas as atividades de treinamento; o primeiro destes deve ser porpostas escritas para workshops de treinamento. Cada workshop deve ser precedido por uma proposta de workshop de treinamento.
A proposta não deve constar apenas de uma verba, mas incluir propósitos, objetivos específicos, identidade dos participantes, motivo da escolha destes, conteúdo do treinamento, estilo (grupos pequenos, atividades), horário, resultados experados do treinamento, suporte dos facilitadores, recursos humanos e/ou treinadores, e quais os tipos de ajuda de treinamento (despesas gerais, vídeos, filmes, danças e bateria) que serão usados.
Veja Preparando um Workshop. Depois de cada workshop, o coordenador munido de informações dos outros facilitadores, (incluindo um relatório escrito pelo principal treinador) deve escrever seu relatório.
O relatório não deve ser apenas uma lista das atividades que aconteceram. Cada relatório deve ser analítico, e focar nos resultados das atividades e até onde eles alcançaram os objetivos do workshop.
6.12. Sustentando o interesse da comunidade:
A forma mais fácil de uma comunidade perder o interesse em um projeto da comunidade, é que este seja suspenso por um longo tempo. Slogan: "Se você não estiver no caminho certo, se você não estiver indo rápido o suficiente você será atropelado."). Organizadores de projeto podem ser treinados com métodos sobre ação sustentada e interesse por um treinador facilitador que usa sessões de "geração de idéias" para traçar planos dos organizadores do projeto, quando a ação fica estagnada.
Os organizadores podem sustentar o interesse da comunidade planejando seus projetos para garantir que não haja somente progresso mas, que possa ser visto (pelos membros da comunidade) como progresso. O treinador facilitador pode lembrar isso quando ajuda-los a decidir sobre como planejar seu projeto comunitário, e novamente quando as coisas andarem devagar.
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Ilustração 17: Relatórios para a comunidade
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Nota: Para copiar ou guardar uma imagem, clique sobre ela com o botão direito e escolha "Guardar imagem como" no menu do navegador. Veja também Ilustrações do ciclo de fortalecimento da comunidade , Ilustrações sobre o desastre, Ilustrações de geração de rendimento e Ilustrações extras para conjunto completo sem texto. Você pode baixar as ilustrações de lá para produzir seu próprio material de treinamento.
- Introdução:
Treinamento para fortalecimento - Capítulo 1:
Introduzindo o treinamento de gestão para comunidades - Capítulo 2:
Treinando para a ação comunitária - Capítulo 3:
Treinamento de gestão para empoderar comunidades - Capítulo 4:
Treinamento de programa de gestão comunitária - Capítulo 5:
Alguns papéis na metodologia do empoderamento - Capítulo 6:
Alguns outros tópicos essenciais do treinamento