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EMPODERAMENTO DA COMUNIDADEFortalecimento dos Bairrospor Phil Bartle, PhDtraduzidopor Sofia Ferreira FernandesMaterialde FormaçãoAlógica de base desta metodologiaPorquê dar Poder às Comunidades? Quando usamos palavras, por vezes transmitimos significados diferentes daqueles que pretendemos expressar, ou significados que nem sabemos que estamos a transmitir. Existem emoções e pressupostos associados às palavras que utilizamos. Analisemos a palavra "pobreza", por exemplo. Nas áreas profissionais de assistência (trabalho orientado para o desenvolvimento), por vezes assumimo-nos como soldados da suposta guerra contra a pobreza. Pobreza é o que pretendemos derrotar. Mas qual é o oposto de pobreza? Riqueza. Por algum motivo, não gostamos de admitir que somos "soldados na guerra pela a favour da riqueza." Porquê? Porque apesar de pobreza e riqueza serem antónimos, existem demasidos pressupostos, emoções e valores intrínsecos que estão associados a estas duas palavras, e esses são transmitidos em conjunto com os seus significados. Por algum motivo considera-se moralmente aceitável dar assistência a pessoas pobres, mas nem sempre queremos ser conscientes que os estamos a ajudar a obter riqueza. Este módulo de criação de fontes de ingresso é mais aceitável com esta denominação de "criação de fontes de ingresso" do que com "criação de riqueza", apesar de "riqueza" ser um término ecónomico mais correcto. (Quando o objectivo é gerar riqueza em vez de transferir fundos). O término "riqueza" está associado a um valor intrínseco que significa imenso poder de compra. A pobreza é um problema porque existem desigualdades na riqueza; alguns possuem mais que outros. Se a igualdade fosse possível (e não o é, pode estar contente de o saber), então a pobreza não seria um problema. O "poder" e a "capacidades" estão estreitamente ligados à "riqueza". As comunidades (e os indivíduos) que possuem um destes em abundância, em geral possuem todos os três, e vice-versa (os que possuem baiza riqueza em geral têm pouco poder de compra e capcidades limitadas). Por conseguinte, quando queremos melhorar as condições de vida da população de comunidades com baixos ingressos, pobres e marginalizadas, queremos que essas mesmas comunidades possuam mais riqueza, poder e capacidade. Mas não demasiado. É agradável (pensamos) ajudar os pobres, mas (nos nossos sentimentos mais íntimos) não queremos que eles se tornem ricos, ou pelo menos não queremos que eles sejam tão ricos como nós. Não queremos admitir isso. Outra palavra com uma forte carga emocional hoje em dia é "democracia". Aparentemente estamos todos a favor da democracia. Mas estamos realmente? Quando nos debruçamos no significado de democracia, apercebemo-nos que nem sempre estamos em seu favor, especialmente se tal implica abdicar de algum do nosso poder relativo (ou riqueza, ou capacidade). Muitos dos que se afirmam a favor da democracia, estão na realidade em favor de um conjunto de instituições que permitem à população votar pelos seus candidatos, dando poder aos que obtêm maior número de votos, permitindo-lhes que representem a população. Tal denomina-se "democracia representativa". Que é quase uma contradição. O significado de "democracia" é "Poder do Povo" (demo=povo, cracia=poder). O processo de voto nos representantes retira o poder da população geral em favor dos vencedores dos votos. Quando afirmamos que queremos dar poder à comunidade, significa que queremos que sejam democráticos . Isto não significa necessariamente que a nossa intenção seja que essas comunidades possam eleger os seus representante (à semelhança dos modelos políticos de países como Reino Unido ou Estados Unidos da América). Significa que queremos que a população (e não apenas os indivíduos) na sua totalidade (colectivamente) tenham poder. Queremos encontrar maneiras que levem a que a comunidade obtenha mais poder, riqueza e capacidade. Ou seja, as comunidades que mais necessitam o nosso apoio são aquelas que possuem niveis inferiores de poder, riqueza e capacidade. E também devemos estar conscientes das nossas intenções íntimas de manter os outros pobres, sem poder e sem capacidade apenas para que possamos continuar a fazer actos de caridade. Se queremos verdadeiramente dar-lhes poder, devemos fazê-lo de maneira a que eles se tornem independentes da nossa caridade, auto-suficientes e que possam assegurar o seu próprio desenvolvimento sem a nossa ajuda. Os nossos próprios desejos de riqueza e poder são normais e naturais. Não temos porquê envergonhar-nos deles. Temos, no entanto, de ser conscientes que no nosso desejo de ajudar pessoas que são pobres e sem poder, não o fazemos de maneira a que, a largo prazo, essas mesmas pessoas continuem pobres e sem poder - e dependentes de nós. Os documentos de formação neste website são essencialmente dirigidos ao mobilizador da comunidade e dão relevância a métodos e técnicas em vez de teorias e ideologias. No entanto, para usar efectivamente estes métodos, devemos estar conscientes da lógica que os sustenta, dos seus princípios e efeitos a largo prazo. Fundamentalmente, devemos auto-analisar constantemente os nossos próprios motivos e objectivos para as acções que levamos a cabo. Ser mais forte através de Exercícios: Diversas vezes ao longo deste website, aconselham-se métodos que podem ser considerados como fortalecedores, em detrimento dos que promovem a dependência. Por vezes usamos o conceito "focar a caridade" para descrever os métodos de criação de dependência quando se ajuda. A caridade per se não é algo negativo, sempre que se baseia na generosidade, valor este que nós apoiamos vigorosamente. No entanto, o sentido que queremos transmitir com a expressão "focar a caridade" é, no fundo, uma maneira de ajudar os pobres e os que não têm poder que não os ajuda a ser auto-suficientes. As doações que fazem com que os recipientes sejam dependentes dos doadores não são verdadeiramente generosas. Mas sustentam a pobreza. Mantêm os doadores na posição de doar. Se, enquanto indivíduo, doa algo a uma pessoa ou a um grupo necessitados, está a aliviar a sua necessidade de modo temporário. Pode ter a certeza que quando essa pessoa ou grupo se encontrem numa posição de necessidade de novo, voltarão àqueles de quem receberam a assistência inicial. Tal situação não é negativa; é a natureza humana, ou os instintos de sobrevivência de qualquer organismo. Se deseja que essa pessoa ou grupo se tornem auto-suficientes, terá de assegurar-se, numa primeira instância, que eles desejam algo. Em seguida, deve encontrar formas para que eles trabalhem ou lutem por aquilo que necessitam, de modo a que quando exista essa necessidade de novo, eles não tenham de voltar a pedir de novo. Caso queiram algo de forma gratuita, então saberão o valor (para eles) de cada cêntimo que foi gasto para o atingir. Ao longo deste website, irá encontrar uma analogia ao desporto para explicar o método de empoderamento . Um treinador não realiza as flexões pelo atleta, nem encesta a bola pelo jogador de basquetebol. Uma pessoa para se tornar mais forte e competente tem de realizar as tarefas e trabalho necessários. Outra analogia que se realiza frequentemente encontra-se na fisioterapia. Caso se magoe e perca a capacidade de utilizar o seu braço, terá de recorrer a um fisioterapeuta. O fisioterapeuta poderá mover o seu braço na maneira adequada, mas apenas a título de demonstração do exercício que terá de levar a cabo. É necessário realizar todos os movimentos, o que é um processo doloroso e desconfortável. Mas é essencial para o processo de terapia. O resultado é a recuperação da força, e como consequência, os serviços do fisioterapeuta deixam de ser necessários. Se o treinador realiza as flexões pelo atleta, então o atleta não se fortalece. Se o fisioterapeuta leva a cabo os exercícios em vez do paciente, este não se fortalece. Se o trabalhador da comunidade realiza o trabalho em vez da própria comunidade, então esta permanece dependente, e a pobreza mantém-se. Fraqueza. A postura de empoderamento no desenvolvimento da comunidade é aquela em que primeiro se determinam as necessidades da comunidade (através de uma sessão de discussão a fundo) e que depois mostra aos membros da comunidade como suprimir essas necessidades. Este processo é o exercício (luta) que os fortalece e lhes dá poder. Porquê Escolher uma Comunidade para dar Empoderamento? Se o propósito de mobilização da comunidade é aumentar o seu poder, riqueza e capacidade, porque é que se escolhe mobilizar uma comunidade em particular e não outra? O mundo não é um lugar onde prevalece a justiça. Existe desigualdade. Existem conflictos. Existem actos desumanos contra a humanidade, levados a cabo por humanos. A vida não é justa. Necessitamos propósitos na vida. Tentar corrigir os erros do mundo; tentar ajudar as pessoas pobres a serem independentes e a sair da pobreza, estão entre esses propósitos. Enriquecer é o propósito principal de alguns, mas é um objectivo muito superficial e insatisfatório (quanto mais ricas são as pessoas, mais desejam uma maior riqueza; não se atinge satisfação). Não existem provas, nem sequer esperança, em que o mundo se torne mais justo e que a pobreza seja eliminada. Mas a luta por esse propósito tem as suas recompensações. Por isso podemos gastar a nossa energia tentando mobilizar e dar mais poder a uma comunidade rica, mas faz menos sentido que tentar ajudar uma comunidade pobre a ser mais forte. Os métodos explicados neste website podem ser aplicados tanto a comunidades pobres como ricas. Escolher o trabalho com uma comunidade pobre pode ser uma manneira de acrescentar propósitos à sua vida. Escolher uma comunidade simplesmente porque é aquela em que nasceu pode ser igualmente válido, mas não é um propósito tão grande. Os documentos neste website estão concebidos para seram aplicados essencialmente nas comunidades com baixos ingressos, capacidades e poder. A redacção destes documentos tem um propósito em si; ao colocá-los na Internet não se ganha nenhum dinheiro. É um elemento (regimento? munição?) na guerra contra a pobreza. Várias pessoas gostam de citar: "A caridade deve começar em casa." Muitas das vezes fazem esta afirmação para fazer colectas de fundos que destinam às pessoas pobres das suas próprias comunidades (o que não termina com a sua pobreza, como se sabe). Infelizmente, tais pessoas acreditam que não só deve começar em casa, mas que também deve acabar aí. Que noção tão egoista e limitada. Em todo o mundo existem seres humanos. Estamos todos interligados. Somos uma grande família humana. As pessoas em comunidades pobres isoladas são nossos irmãos e irmãs. Se os pudermos ajudar, teremos um propósito nas nossas vidas. Se os ajudarmos, devemos concentrar-nos numa ajuda que os leve a ser independentes da nossa caridade, e que no futuro se possam ajudar a eles mesmos. Se pudermos escolher a comunidade onde vamos aplicar as nossas capacidades enquanto mobilizadores, é mais significativo (e os seus efeitos globais são superiores) escolher as comunidades com niveis de ingresso mais baixos, as que possuem menos poder e capacidade. O Empoderamento como Processo Social: Ao longo deste website, focamos a ideia de que a pobreza é um problema social, em contraste com a ideia de que é um problema individual de falta de dinheiro ou de outros recursos. Devemos fazer a distinção entre os niveis social e individual nas nossas análises, observações e intervenções. A comunidade é uma organização social, e não um indivíduo. É muito mais do que um mero conjunto de indivíduos. É uma entidade, por vezes definida como "super-orgânica", que transcende os indivíduos que a compõem num determinado momento. É fácil observar e interagir com um indivíduo. Uma "comunidade", por outro lado, é um modelo científico, como um átomo ou um sistema solar, que pode ser observado na maior parte das vezes apenas parcialmente e num determinado momento, mas não na sua totalidade. (Tal como na conhecida história dos sete homens cegos e um elefante). Os comportamentos de uma comunidade não são iguais aos de um indivíduo. Por vezes antropomorfisamos a comunidade (pensamos e falamos acerca da comunidade como se posse um ser humano) mas é mais parecida com uma ameba social que com um indivíduo humano. Podemos fortalecer um indivíduo (fisicamente, psicologicamente) e podemos fortalecer comunidades (capacidade, riqueza, poder); estes conceitos não são idênticos. No nosso trabalho como mobilizadores, devemos prestar atenção e evitar fazer previsões e pressupostos acerca das comunidades como se se tratassem de um ser humano individual. É mais fácil, no entanto errado, assumir essa linha de pensamento. Enquanto mobilizador pode observar indivíduos, trabalhar com indivíduos, mas o seu objectivo é a comunidade, a organização social, que não pode observar em toda a sua totalidade, e com a qual terá de trabalhar indirectamente. Para ser bem-sucedido no empoderamento da comunidade é necessário que compreenda a natureza das organizações sociais, do nível social e da sociedade. Também é essencial ter conhecimentos no campo dos relacionamentos entre um indivíduo, ou indivíduos, e a comunidade e a sociedade. Apesar deste website tentar minimizar a teoria e a ideologia e valorizar métodos, técnicas e linhas de acção práticas, também incentiva a aprender os fundamentos da sociologia enquanto ciência, da natureza da comunidade como organização social e das diferentes correntes sociológicas para que possa realizar o seu trabalho de forma mais eficiente. Lembre-se, contudo, que a sociologia não pode ser tão exacta quanto, por exemplo, a química ou a astronomia, porque existem demasiados factores que afectam as mudanças na sociedade. E existe ainda outro factor de complexidade dado que uma organização social, tal como uma comunidade ou uma ONG, é uma construção, um modelo que não pode ser directamente observado. No entanto, é necessário estabelecer como objectivo o aprender mais acerca da perspectiva social, e desenvolver competências que ajudem à compreensão dos elementos sociais que são medidos através dos indicadores disponiveis, como comportamentos dos indivíduos, estatísticas sociais e económicas, alguns acontecimentos e dados demográficos. Para facilitar este conhecimento, existem dois módulos que identificam dezasseis elementos de empoderament. Um dos módulos focaliza principalmente o desenvolvimento da capacidade de uma organização (tais como uma ONG ou Organizações Comunitárias), enquanto o outro aborda essencialmente as medidas de aumento (ou diminuição) da capacidade de uma comunidade. Estes dezasseis elementos, muitos dos quais não podem ser observados a não ser através das características dos indivíduos, auxiliam a observação cuidadosa e detalhada do processo de empoderamento enquanto processo social. Porquê Participar? O empoderamento de uma comunidade não é uma actividade que uma entidade externa possa realizar pela comunidade. Dado que este processo de empoderamento, ou desenvolvimento de capacidades, é um processo social, é algo que tem de ser concretizado pela própria comunidade. Os próprios membros de uma comunidade, enquanto indivíduos, não podem desenvolver a sua comunidade, uma vez que se trata de um processo de crescimento da comunidade como um todo, internamente, como um organismo (super organismo ou organismo social). A tentativa de forçar o crescimento, a mudança social, intitula-se engenharia social, e tem efeitos na comunidade, mas que de um modo geral não correspondem aos resultados desejados. O nosso método consiste em estimular a comunidade a desenvolver acções. Geralmente, referimo-nos a essa acção como sendo um "projecto". Ao realizar um projecto, a comunidade desenvolve mais capacidade e dá-se um empoderamento. A acção que se desenvolve é o exercício necessário para se fortalecer. Referimos anteriormente que as pessoas devem lutar para se tornarem mais fortes. O método básico do mobilizador de uma comunidade consiste em determinar, numa primeira instância, o que a comunidade como um todo deseja, e seguidamente direccioná-la na luta para alcançar os objectivos. Uma pessoa externa não pode decidir os objectivos da comunidade. Os seus próprios membros devem estar de acordo nos principais objectivos. Esta é a primeira de várias razões pelas quais é necessário que todos participem no processo de decisão; essa participação é essencial para determinar inicialmente as suas metas. Uma sessão de discussão a fundo é uma das principais técnicas ensinadas neste website que ajuda a que os membros da comunidade decidam as suas prioridades. Se esta técnica for correctamente aplicada, o processo vai resultar em escolhas comuns, e não nas escolhas de uma minoria ou de uma fracção dominante. Posteriormente, realiza-se a decisão sobre a estratégia, ou o caminho a seguir de maneira a alcançar as metas ou objectivos prioritários. Existem diversas maneiras para escolher a estratégia, mas a mais válida será aquela que representa a vontade da comunidade em geral. A sua participação é essencial para o êxito. Independentemento do projecto, este necessitará de contribuições e permitirá obter resultados. As contribuições são todos os recursos utilizados no projecto. Os resultados são os objectivos concretizados. Apesar de algumas contribuições poderem ter como origem doadores externos, incluindo o governo, a própria comunidade, e os seus elementos, devem também realizar sacrifícios. A par da participação no processo de tomada de decisão, aconselhamos a que contribuam com recursos. O monitoramento é um elemento essencial de qualquer projecto, mas que muitas vezes é negligenciado. A comunidade também pode participar no monitoramento de um projecto, Os membros não devem delegar as responsabilidades de monitoramento para os elementos externos - doadores ou implementadores. Durante a fase de implementação do projecto, os membros da comunidade podem identificar competências em falta; que podem ser nas mais diversas áreas, tais como contabilidade, redacção de relatórios ou em aspectos técnicos. Se puder contribuir para a sua formação nestas áreas, recomendamos que todos participem nessa formação. As pessoas aprendem melhor "fazendo" do que escutando ou assistindo a apresentações. As técnicas que se baseiam na participação são recomendadas ao longo de todo o processo de empoderamento. A participação fortalece os seus intervenientes. Desenvolvimento Nacional: Os anos 50 e 60 (e posteriormente) no século XX marcaram o fim do período colonial para muitos novos países. A esperança era grande porque se pensava que também marcariam o final da pobreza à medida que esses países se tornassem mais independentes e fortes. A realidade, no entanto, foi muito diferente, e o optimismo deu lugar ao desânimo à medida que a pobreza e o número de pessoas pobres aumentaram. Existem diversas causas económicas para esta evolução, tais como o neo-colonialismo, corporações internacionais mais fortes e ricas que países inteiros, globalização da cultura das corporações, falta de sofisticação e conhecimento por parte dos líders, entre outros. Todos têm as suas próprias teorias favoritas. Nos Factores para a Pobreza, distinguimos entre (1) causas históricas e (2) factores que contribuiram para a prevalência dos problemas. Esta distinção tem um propósito muito prático. Não podemos mudar a história e alterar os eventos passados. Podemos, no entanto, observar os factores actuais, e exercer alguma influência, ainda que reduzida, sobre os mesmos. A formação neste website é concebida essencialmente para o mobilizador da comunidade (e o seu supervisor, programador e administrador). No módulo relativo à questão de género, fazemos referência ao lema "Pense em termos globais, aja a nível local". Este lema também se aplica a este módulo. Como podemos contribuir para uma nação forte, auto-suficiente e independente? Se esse país é constituido por comunidades fortes, auto-suficientes e capazes, então todo o país se fortalecerá. Enquanto mobilizador, não se pode (através do trabalho) mudar directamente as características nacionais de um país, mas pode contribuir para que uma ou mais comunidades sejam mais fortes. Adicionalmente, ao ensinar métodos e técnicas a outros, pode contribuir directamente para que outras comunidades se fortaleçam. Também pode influenciar a legislação e as directivas e regulações ministeriais de maneira a que contribuam para a criação das condições necessárias para a promoção e apoio de comunidades fortes e auto-suficientes. À medidas que as comunidades se fortalecem, o país obtem benefícios. Joseph Marie de Maistre escreveu a expressão, "Toute nation a le gouvernement qu'elle merite" (Cada país tem o governo que merece) Lettres et Opuscules Inedits (vol. I, Carta 53), que por vezes é erradamente atribuida ao segundo Presidente dos Estados Unidos da América, Thomas Jefferson. Se se trabalhar no sentido de obter a sociedade que se deseja, contribui-se para obter o governo que se merece. O desenvolvimento nacional não se obterá através de pensamentos positivos sem acção nem de debates em cafés. Mas surgirá como resultado de centenas de milhar de pequenas mudanças concretas levadas a cabo por muitas pessoas com visão e do seu árduo trabalho. Se quiser, pode estar entre eles, e este website faculta-lhe as ferramentas a utilizar nesse trabalho. Procure o Melhor e Melhore-o: Uma atitude positiva e a disposição para continuar a tentar não são apenas superficialidades neste trabalho. São uma necessidade. Não existem pessoas, comunidades ou sociedades perfeitas. Todos cometemos erros. Se passa o seu tempo e energia a criticar, vai colocar o ênfase nas falhas e impedir a sua correcção. Vai conhecer pessoas que prometem e faltam às suas promessas, pessoas que não levam a cabo o que se propuseram realizar, pessoas que mentem e enganam, que são inaptas, ineficientes e desonestas. Desde que nasceu ninguém lhe prometeu que a vida seria justa. Assim é a vida. Para ser bem-sucedido neste tipo de trabalho é essencial ter uma atitude positiva, aceitar que as falhas são inevitáveis, e estar disposto a "andar para a frente" apesar dos percalços no caminho. Para obter o melhor de cada pessoa, necessita prestar atenção às suas fraquezas e falhanços sem os mencionar, necessita reconhecer as suas forças e êxitos, e demonstrar-lhes que espera que façam o seu melhor. Focalize a sua atenção nas forças e não nas fraquezas. Conclusão: Porquê ajudar as comunidades a serem mais fortes? O mundo será um lugar melhor; a pobreza reduzir-se-á; trabalhar nesta direcção é um esforço significativo. Qual é o método de empoderamento? A caridade (dar sem receber nada em troca) enfraquece as comunidades. As comunidades tornar-se-ão mais fortes apenas quando possam decidir quais as suas necessidades e trabalhem para as suprimir. Que comunidades deve seleccionar para apoiar no seu processo de auto-suficiência? Seleccione as que apresentam mais necessidades, as mais pobres e com menos capacidades e menor poder. Porquê é que a pobreza e o desenvolvimento não são apenas aplicáveis a indivíduos? A pobreza é um problema social e requer soluções sociais. O desenvolvimento não é possível se não afectar comunidades inteiras. Porque é que os membros da comunidade devem participar no desenvolvimento? Sem a sua participação, não existirá desenvolvimento, e muitas melhorias não serão sustentáveis. Porque não trabalhar para o desenvolvimento nacional? Quando as comunidades se fortalecem, contribuem para um desenvolvimento nacional genuíno. Enquanto mobilizador, é possível apoiar o fortalecimento das comunidades, ao passo que o trabalho directo com as nações é menos viável. E como lidar com as desilusões e pessoas desonestas? Uma atitude positiva é essencial para trabalhar com comunidades; aceitar falhanços e ultrapassá-los; aceitar que todos cometemos erros por isso evite atitudes críticas e focalize a sua atenção nas fortalezas. O seu trabalho é nobre e valioso, ainda que não seja reconhecido. ––»«––Um grupo de trabalho: © Direitos de autor 1967, 1987, 2007 Phil Bartle
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