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FORMAÇÃO DO MOBILIZADOR

Guia para o instrutor

por Phil Bartle, PhD

traducido por Leandro Chu


Notas para o instrutor

A mobilização de uma comunidade não se começa sem preparação ou da noite para o dia.

Preliminares da mobilização

Após o mobilizador tiver sido devidamente treinado, ele deverá, então, preparar a comunidade antes do início da mobilização. Pois não se deve começar sem planejamento e preparação, e sem que os pré-requisitos necessários tenham sido alcançados.

Se você está organizando o treinamento de mobilizadores, usando este material, pode enxergar este módulo como um modelo para instruir mobilizadores em potencial para as primeiras tarefas deles. Novamente, damos incentivo ao ato de "agir" como a melhor maneira de se aprender novas habilidades. Portanto, você poderá preparar este treinamento, aumentando o número de atividades práticas enquanto os participantes aprendem a mobilizar.

Esta seria a hora ideal para você lembrá-los do quão importante é para que criem e mantenham um diário de atividades. A forma como seus alunos trabalha nas comunidades está diretamente ligada à quantidade de informação que possuem sobre a situação e a natureza da comunidade. Mais adiante, lembre-os de que não trabalharão para sempre naquela comunidade específica e que precisam iniciar a elaboração do material que orientará seus sucessores. Se eles não o fizerem, e acabarem abandonando o trabalho, o próximo mobilizador deverá começar tudo de novo, e não terá como se basear em observações e experiências passadas. Lembre ao seus alunos para começarem e manterem seus diários atualizados.

Esta é, portanto, a fase onde o mobilizador precisa preparar a comunidade para que suas ações sejam feitas com eficiência. Dê uma olhada no módulo "Métodos de treinamento". Veja o material sobre Jogo de Interpretação de Papéis. Cabe à você decidir como criar uma sessão deste tipo, e há muitas maneiras de fazê-lo. Como por exemplo, você pode dar a cada aluno um papel como se fossem membros da comunidade, como o chefe local, o conselheiro ou prefeito, um oficial da justiça que dá licenças ou certificações para trabalhadores de campo (caso exista este cargo), um diretor ou supervisor do mobilizador e outros cargos que representem a situação local. Ao criar estes jogos de interpretação de papéis, os alunos conseguirão entender os diferentes tipos de pessoas que encontrarão durante o processo.

O Ciclo de Mobilização

Quando seus alunos começarem, seus trabalhos seguirão o contexto de um ciclo de mobilização. Portanto, eles devem ter pelo menos uma idéia geral sobre o ciclo. Se quiserem ou necessitarem de mais detalhes, você poderá adicionar materiais do módulo de treinamento Ciclo de mobilização. Neste caso, não mostre simplesmente o ciclo ou dê-o impresso em um papel. Mas pergunte aos alunos sobre os elementos que o compõem, e escreva-os no quadro. As etapas do ciclo também podem ser apresentadas em uma lista vertical: avaliar as necessidades, escolher um projeto comunitário, planejar o projeto, implementar o projeto e avaliar o projeto. Não apresente aos alunos todos os elementos logo de primeira. Questione-os, pois assim eles irão acabar descobrindo por si próprios. Desenhe uma seta do último item para primeiro, indicando, assim, a repetição do ciclo.

Uma sessão desafiadora seria escolher vários alunos para terem como "papel" cada estágio do ciclo. Poderiam usar grandes crachás de papelão com o nome de cada estágio. O que dirão quando forem apresentar o ciclo que cada um representa? Isso cabe a eles, mas se conseguirem fazê-lo, peça-os para falarem novamente ou pergunte aos outros participantes. Porém, dessa vez terá de ser sem falar, apenas com gestos ou exibições. Isso pode ser muito divertido, gerando muitas risadas e até mesmo tentativas desengonçadas. Mas ajudará a fixar o ciclo na cabeça dos alunos, especialmente os princípios e, quem sabe, até mesmo os detalhes.

Temos neste site uma apresentação em Power Point do ciclo de mobilização feito pela ilustradora Julianna Kuruhiira (mais elaborado e detalhado). Se você tiver como apresentá-lo em uma tela, seria uma ótima maneira de diferenciar um pouco as sessões de treinamento. Uma outra sugestão seria utilizar um microcomputador e mostrar aos alunos em grupos de três ou quatro. Veja Ciclo de Mobilização. (Ao clicar em Power Point, a apresentação começará imediatamente; e, então, você poderá salvá-la em seu computador escolhendo no menu a opção "Salvar como"). Lembre aos seus alunos que o trabalho deles é baseado no ciclo e que a comunidade não se desenvolve apenasp com um projeto, mas que o ciclo deve ser repetido e modificado conforme as condições atuais.

Obter permissões

Como treinador, você deve explicar aos seus alunos de que precisam de dois tipos de permissões para que possam começar os trabalhos em cada cidade. Uma é a formal, legal ou oficial, e a outra a informal ou não oficial. As formais são geralmente simples e diretas. Porém, lembre-se que "simples" nem sempre quer dizer "fácil". As formalidades costumam variar de país para país, assim como de região para região ou cidades. E já que, na maioria das vezes, usam-se leis e regulamentos governamentais, elas ficam registradas em algum lugar.

As permissões formais são mais difíceis de se definir, pois não são claras e possuem limites indefinidos. Basicamente isso quer dizer que dependemos da boa vontade das autoridades e dos líderes da área para que, então, possam se tornar aliados em vez de obstáculos. A cooperação deles pode ser valiosa e a oposição desastrosa. É fácil saber quando permissões formais são concedidas, geralmente é pelo recebimento de uma carta ou de um certificado assinado. No entanto, não há uma maneira clara para as permissões informais. Portanto, explique aos seus mobilizadores de que precisarão estar constantemente obtendo permissões informais ao longo do processo de mobilização em cada área.

Um bom exercício em uma sessão de treinamento é fazer com que os alunos elaborem definições dos dois tipos de permissões para a região deles.

Esta é também uma boa opção para uma sessão de interpretação de papéis. Divida os alunos em dois grupos de duas a cinco pessoas destinados à duas áreas quaisquer. Em um grupo, terá o mobilizador, e no outro o oficial principal que tem o poder de dar certificados permitindo ao mobilizador trabalhar na área escolhida. O resto dos participantes serão os conselheiros de cada um. Então, diga aos conselheiros para orientar o que dirão o mobilizador e o oficial principal.

É de suma importância que o grupo de conselheiros do oficial gere o máximo de suspeitas, suposições e medos possíveis conforme acharem relevante. Por outro lado, o grupo de conselheiros do mobilizador deve gerar todos os benefícios para a comunidade e para o líder desta, que irá unir as daquela área onde estão sendo mobilizadas para tornarem-se mais auto-suficientes. Separe os dois grupos, pode ser cada um em um canto da sala, e dê a eles de 10 a 15 minutos para se prepararem. Depois, junte-os novamente junto com outros os alunos (aqueles que serão a "audiência" da peça ou ensaio). Peça-os para criar um cenário onde um mobilizador bate na porta do oficial e pede permissão para mobilizar uma comunidade na área.

Quando o grupo de alunos for muito grande, pode-se fazer essa encenação várias vezes. E após uma ou duas sessões, para não ficar uma coisa repetitiva, você pode adicionar no jogo um terceiro grupo com um personagem "cômico". Este grupo aconselhará um bisbilhoteiro local ou um repórter, que por acaso estará no escritório do oficial, fuçando tudo à sua volta. Além de levar perguntas inesperadas e capciosas para a discussão.

Após as sessões de interpretação de papéis, uma reunião é muito importante. Você poderá querer resumir no quadro todas as questões que o oficial poderá fazer ou aquelas em que a comunidade não está ciente ainda e os argumentos que o mobilizador poderá usar. Peça ajuda a todos os seus alunos para criar as listas no quadro. Assim, faça esse jogo e essa reunião posterior mesmo quando permissões formais não forem concedidas, pois os argumentos usados são úteis para os alunos entenderem seus papéis.

Aumentar a conscientização

O processo de aumento da conscientização na população como um todo é bastante parecido com aquele de obtenção de permissões não oficiais de autoridades locais. Diga a seus alunos que precisam sempre estar fazendo (e mantendo) aliados e o apoio da população em geral. Em sua sessão de treinamento, procure usar o mesmo tipo de Jogos de Interpretação de Papéis com diferentes tipos de personagens "cômicos", assim como a reunião após as sessões.

Lembre aos alunos que o trabalho deles ao aumentar a conscientização é evitar que surjam falsas expectativas. Além disso, incentivar participação da comunidade não quer dizer que o mobilizador deve passivamente concordar com seja lá qual for o objetivo principal escolhido pelos membros mais participativos da comunidade. O mobilizador deve, com jeito, desafiar as simples e pequenas sugestões vindas da comunidade. Você deve guiar a comunidade durante o Jogo de Interpretação de Papéis, como por exemplo, dizendo-os para pedir por uma clínica com um médico, e o papel do mobilizador neste jogo seria perguntar se tal pedido seria para a diminuição de doenças. Caso seja, então, um abastecimento de água limpa e saneamento básico pode ser a melhor solução. (Veja o módulo Água).

Unificação

Você precisa se certificar que seus alunos não tenham um pré-conceito de que comunidades são naturalmente unificadas (unidas). A palavra "comunidade" confunde por possuir em sua composição a palavra "unidade". Popularmente, tem-se o conceito de que comunidades são como lugares tranqüilos onde todos se gostam, se conhecem e se ajudam. Veja Unificação.

Este conceito é bem conhecido por sociólogos. Em módulos posteriores, mais textos sobre Sociologia serão incluídos no treinamento, e conflitos começarão a surgir. Por razões prática, especialmente nesta fase introdutória do treinamento, é suficiente apenas informar aos seus alunos que em toda comunidade há muitos conflitos escondidos (alguns nem tanto assim) e rivalidades entre pequenos grupos. A desunião enfraquece comunidades. Uma parte importante do trabalho do mobilizador, contudo, é convencer os membros da comunidade a deixar de lado as diferenças para poderem contribuir para o fortalecimento das atividades da mesma.

Os alunos precisam aprender que unificação não é uma simples etapa no trabalho deles. Que não podem unificar uma comunidade (de uma vez por todas) e depois irem fazer outras coisas. Esse é um esforço contínuo que permanece durante todo o trabalho deles na comunidade.

A desunião pode ter sua origem em diversas coisas, como por exemplo:

  • competição entre várias linhagens ou clãs;
  • diferenças em relação à propriedades (como Karl Marx escreveu: "trabalhadores versus proprietários"); e
  • diferenças entre:
    • línguas,
    • crenças e práticas religiosas,
    • organização familiar,
    • grupos étnicos (também chamados de "raças"),
    • gênero,
    • idade,
    • desabilidades ou deformidades físicas ou mentais, e
    • qualquer variação nas características sociais (i.e. características físicas que possuem conceitos sociais atribuídos à elas).

Às vezes, um mobilizador precisa aceitar os costumes e práticas locais e trabalhar em conjunto com elas, ou insistir na inclusão de algumas facções nos encontros comunitários que por algum motivo foram ignoradas no passado. Cito agora dois exemplos de experiência própria:

Ao se trabalhar em comunidades islâmicas conservadoras, por exemplo, há muitas restrições em relação à liberdade da mulher. Assunto esse que precisamos tratar com delicadeza. No entanto, com a benção e cooperação dos malaams, conseguimos fornecer um treinamento em trabalho social para mulheres com o uso apenas de instrutores do sexo feminino e com trabalhos feitos apenas em suas casas. (Veja CBSW).

Em contraste, no norte de Gana, onde há uma crença islâmica mais moderada em alguns lugares, fizemos encontros comunitários para determinar suas prioridades. Porém, se apenas homens comparecessem, explicaríamos educadamente que todos devem participar. E sem revelar nosso propósito, adiaríamos para o dia seguinte. No segundo dia, mulheres e outras minorias sociais compareceram ao encontro. Veja também o módulo Igualdade entre os gêneros.

Há várias maneiras de se transmitir seu objetivo. Se você conhecer algumas das maiores divisões de onde irá aplicar o treinamento, então poderá criar diversas sessões de jogo de interpretação de papéis onde os alunos representarão diversos papéis, e um mobilizador (junto com seus conselheiros que serão outros alunos) deve elaborar estratégias para apresentar durante o jogo.

Você também pode contratar especialistas que possam fornecer treinamentos nesta área. Em meu trabalho na África, por exemplo, para desenvolver estratégias para igualdade de gêneros, descobri que lá havia especialistas nesse assunto e que estariam dispostos a ajudar durante as sessões de treinamento.

Discurso público

Uma das características mais importantes que um mobilizador precisa ter é a habilidade de falar em público. Embora a maioria pense que uma pessoa já nasce com este dom, é possível aprender uma série de técnicas relacionadas a ele. No entanto, o maior obstáculo é o medo, a ansiedade ou a preocupação. Mas, ao superar estas emoções, pode-se aprender e melhorar esta habilidade.

Uma bom discurso público consiste não apenas na capacidade de se falar em voz alta, calma, clara e com uma linguagem simples, mas também na habilidade de saber escutar o que os outros dizem, antecipar o que irão falar mesmo quando estão calados, e criar um vínculo com a platéia. Um mobilizador não só deve respeitar os membros da comunidade, mas fazer com que percebam que são respeitados. E isso se faz através de uma apresentação em público. No entanto, procure não assustar aos seus alunos listando todas estas coisas de uma vez só na primeira apresentação, pois elas podem parecer exigentes demais. Eles ficarão mais apreensivos após descobrirem que podem aprender e praticar todas estas técnicas aqui descritas, começando pela sua sessão de treinamento.

É neste momento onde o "aprendizado através da ação" é mais eficaz.

Se você fizer um workshop de treinamento de cinco dias, poderá criar cinco ou seis pequenas sessões sobre a maneira de como se falar (discurso). Você pode criar um jogo onde se pede à uma pessoa para ficar de frente para o grupo. E, então, escolha um tópico qualquer e peça a pessoa para falar sobre esse assunto por dois minutos. Mas é importante que também se incluam palavras que não estão relacionadas ao workshop ou à mobilização (i.e. bananas, parentes, tampas de lixo, etc). Digamos que você tenha criado workshops de treinamento todo mês (é o que recomendamos) para um grupo de mobilizadores. Então, este tipo de sessão de apresentações pode ser feito todo mês.

Outro tipo de abordagem seria pedir ao locutor para sair da sala de aula por dois minutos e pensar sobre o tópico que lhe foi dado. Enquanto isso, sem que ele saiba, diga ao resto dos alunos para mudarem o tópico para um outro qualquer sem mencionar especificamente aquele que desejam. Por exemplo, foi dado ao locutor o tópico "mudar um carburador", enquanto o grupo escolhe outro tópico sem ser muito específico, tal como "vender ostras". Então, é dado quatro minutos para o locutor falar de seu tópico, assim como descobrir qual foi o tópico escolhido pela audiência e relacionar os dois, ou falar apenas sobre o tópico da audiência.

É nestas sessões onde você deve ser bastante cauteloso em relação à critica, pois isso tende a desencorajar e impedir que pessoas tímidas (especialmente em situações relacionadas à fala) desenvolvam as habilidades necessárias. Deve-se aproveitar este momento também para apresentar os princípios básicos de uma sessão de brainstorm ou do termo "Sanduíche de m*rda", muito útil em gestão. Você pode também pegar emprestado um procedimanto dos encontros de AA1, onde pede-se à audiência para aplaudir toda vez que alguém fala, independente do que foi dito.

Se você tiver acesso à uma filmadora, este é um recurso que poderá ser muito útil. Você pode gravar o que cada pessoa falar e depois dar a fita correspondente à cada uma disponibilizando uma sala particular com uma pequena tela (e se possível fones de ouvido) para que possam ver como se saíram nas apresentações, ou se alguns preferirem, deixe que levem cada um a sua fita para casa (caso tenham os equipamentos necessários para assití-la). E depois dê-os a opção de apagar a fita ou mostrá-la aos seus amigos.

Desafiar a comunidade

O conceito central da sociologia de empoderamento diz que um organismo fica cada vez mais forte através da luta, do esforço ou da prática. Este princípio é a base de nossas idéias quando recomendamos que você treine mobilizadores de forma mais eficaz através de situações onde possam trabalhar na prática todos os conceitos abordados, em vez de ficar apenas em conceitos e teorias. Além de ser, também, a base em relação ao uso de uma abordagem de caridade; dar aos pobres não os fortalece ou os torna mais independentes, pelo contrário, faz com que fiquem à espera e dependentes de mais doações.

Um exemplo de jogo de interpretação de papéis que seus alunos podem fazer é o falado no manual Desafiar a comunidade. Arrume dois grupos. Um contendo o "mobilizador" e seus conselheiros, e o outro sendo a comunidade. Você pode usar o manual, e então instruir à comunidade para pedir por uma clínica e ao mobilizador para desafiar esta escolha e tentar convencer aos membros da comunidade de que um fornecimento de água límpa seria a maneira mais eficaz de se diminuir o número de doenças.

Peça aos alunos para sugeriram outros tipos de cenários e papéis para o jogo onde os membros da comunidade pediriam por algo e o mobilizador faria-os pensar melhor sobre este pedido fazendo com que fizessem escolhas mais perto da realidade.

Organizar para fortaceler

Outro princípio principal da metodologia de empoderamento (depois do "esforço para se fortalecer") é a organização produz força, e consequentemente, uma melhor organização gera uma força maior. A teoria sociológica deste princípio deriva das obras de Max Weber, que escreveu sobre as características das burocracias que as davam poder. Apesar deste não ser o local ideal para se ensinar sociologia (este tema será abordado mais tarde em outros documentos de treinamento), é importante para você, como instrutor de novos mobilizadores, reconhê-la no treinamento.

Organizadores de sindicatos sempre souberam que se você pega um grupo desorganizado de pessoas (trabalhando em uma mesma companhia) e une-as para que tenham como objetivo a mesma causa, assim como ajudá-las a se organizarem em um único grupo social, elas ganham poder. Donos de negócios e gestores não costumam gostar de sindicatos por eles terem um poder enorme usando-o para proteger a si mesmos de baixos salários injustos, assim como de condições perigosas de trabalho.

Este princípio se aplica à qualquer grupo, e aqui é usado como parte do empoderamento de comunidades. Como apresentar estes princípios aos seus alunos?

Até agora, nos manuais para instrutores recomendou-se usar sessões com jogos de interpretações de papéis e colocar os alunos em diversos tipos de papéis e situações que ocorrem durante o processo de mobilização comunitária. Isso aperfeiçoa as habilidades deles e também fornece insights de situações e atitudes de pessoas que possam vir a encontrar e trabalhar com elas no fortalecimento da comunidade. Essa sessão pode ser uma onde outros tipos de treinamento são mais apropriados.

Explique o princípio e mostre como ele poderia ser aplicado também em times de futebol com níveis de habilidades iguais. Peça aos alunos para identificarem outras situações onde um grupo organizado pode ser mais eficaz que um desorganizado, porém com características semelhantes. Liste estes exemplos no quadro. Comece com times de jogos, tais como futebol. Mas depois mude para outros tipos, como grupos de militares lutanto uma guerra ou fabricantes produzindo produtos similares. Será que os alunos poderão sugerir novos tipos de exemplos?

Se você tiver um grande grupo de alunos, divida-os em pequenos grupos para elaborar um argumento a favor do ato de organizar, e como esta organização seria. Pode-se dizer a um grupo para escolher um exemplo militar, outro um exemplo comercial, outro uma atividade religiosa (caso seja apropriado), e assim por diante. Peça a cada grupo para decidir como a organização deve ser para que ela seja mais eficiente. Peça a um representante de cada grupo para informar a todos os outros alunos. Uma lição importante é que a auto-organização é um processo de fortalecimento, e que não é restrito apenas à comunidades.

Conclusão; Treinar mobilizadores:

Os métodos aqui apresentados servem para você incentivar os alunos a aprenderem como a mobilização pode ser variada e interessante. Não é um processo que deve ter apenas teoria, mas também diversos métodos que façam os alunos participarem de maneira ativa em seu próprio aprendizado. A diversidade ajuda a manter o processo novo, além de melhorar a capacidade de entendimento e o interesse.

Não se prenda a métodos ortodoxos, ou mesmo a guias passo-a-passo. O treinamento será mais inovador, mais desafiador e mais excitante se você criar novos métodos.

Além disso, você poderia levar instrutores de fora para darem pelo menos algumas sessões em cada workshop de treinamento. Mantenha-o inovador, trocando os apresentadores entre cada sessão. Da mesma forma, varie o tipo de atividades: use slides, transparências, vídeos, shows de fantoches, apresentações em quadros de feltro, jogos de apresentações de papéis, grupos de dança e artistas locais, coros musicais e grupos culturais.

Até um jogo de interpretação de papéis pode ser variado; tente fazer os alunos manipularem fantoches em vez de usarem o corpo. Como uma alternativa, também podem criar imagens para uma apresentação num quadro de feltro.

A diversidade é um ótimo tempero pedagógico.

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nota 1: AA = Alcoólicos Anônimos


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Última actualização: 10.12.2011

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