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ESTRUTURA CURRICULARpara o Treinamento de Gestão Comunitáriapor Phil Bartle, PhDtraduzido por Maria Cristina Pereira de SouzaReferências dos InstrutoresA estrutura curricular de treinamento, aqui proposta, tem como objetivo a redução da pobreza, por meio do fortalecimento de comunidades de baixa renda, no planejamento e gestão de instalações públicas e seus serviços, construção, operação e manutenção nos assentamentos humanos. Tais materiais poderiam ser produzidos a nível regional, ou sub-regional, condizente com a cultura de cada região. Dessa forma, seriam traduzidos nas diversas línguas locais, modificados a fim de refletir variações das culturais locais, para cada país e seus distritos operacionais. Objetivo do Treinamento de Gestão Comunitária Este é um treinamento de natureza prática, ou seja, mobilização (organizando grupos de uma maneira mais produtiva), e não, somente, transfererindo habilidades ou informando grupos de indivíduos. Não se pode deixar de enfatizar que o treinamento, como um método utilizado no fortalecimento de comunidades de baixa renda, na redução da pobreza, na promoção da participação comunitária, no apoio prático da democratização e na descentralização (ou seja, mobilização), está longe de ser apenas uma transferência de informação e habilidades aos aprendizes. Não se trata de um treinamento ortodoxo. E tanto a formalização e a institucionalização desse tipo de treinamento trazem consigo o perigo de restringir-lo, enfatizando transferência de habilidades sobre os apectos de organização, mobilização e encorajamento do treinamento. Nesse caso, o treinamento de gestão foi desenvolvido visando reforçar a eficiência de gerenciamento de nível superior e médio nas corporações lucrativas. O método em que tratamos aqui sofreu modificações, incorporando técnicas na criação de sindicatos, almejando a mobilização e o fortalecimento das comunidades de baixa renda numa tentativa de que estas se reúnam e se ajudem entre si, dedicando-se com afinco numa mudança social de desenvolvimento. . Ver: Introdução ao Treinamento de Gestão Comunitária e Metodologia de Fortalecimento. Cada Pacote Contém o Seguinte: Um "pacote" constitui um conjunto de módulos de treinamento, programados para que treinadores e participantes possam comunicar-se claramente entre si.
Os Tópicos do Treinamento: Enquanto que um determinado currículo deve apresentar tópicos selecionados de acordo com as condições e necessidades da área em estudo, se sugere aqui uma lista de tópicos considerados como essenciais:
A seção seguinte descreve o que cada um desses tópicos deve incluir. Treinamento para o Fortalecimento Comunitário. Suposições Contraditórias Para Facilitadores e Treinadores. O objetivo do treinamento não é, somente, passar informação e transferir habilidades aos indivíduos. Treinamento é uma ferramenta utilizada para mobilizar, incutir confiança e entusiasmo, despertar a conscientização (onde membros da comunidade não têm que aceitar, pateticamente, o que o destino venha trazer-los), organizar ou reorganizar a comunidade em seu próprio OBC, tornando seus membros mais conscientes da sua própria situação, desejos comuns, bens e possíveis recursos, e capazes de fazer avaliações realísticas dos seus limites e obrigações. Habilidades de treinamento na melhora efetiva de organização. Técnicas de encorajamento e de incutir confiança, entusiasmo, e voltadas às comunidades começando a trabalhar no seu próprio futuro. A importância de métodos de treinamento e metas de gêneros específicos. A importância de ações comunitárias apropriadas ao meio-ambiente. Tecnologia adequada. Motivação. Facilitação ao invés de obséquios. Como modificar métodos e manuais de treinamento para diversos participantes (oficiais, líderes, moradores de bairros urbanos pobres, técnicos especializados, moradores de zonas rurais, alfabetizados, analfabetos, homens, mulheres, incapacitados, capacitados, instruídos, empregados, desempregados, idosos, grupos de diferentes religiões, etnias e ideologias). A utilização de histórias, poemas, danças, musica, peças teatrais, representação de papéis, marionetes e métodos alternativos de comunicação. Histórias encorajando as pessoas a se auto-ajudarem, planejarem e serem positivas. Ver: Manual para Mobilizadores. Princípios e métodos para fortalecer uma comunidade Técnicas de Facilitação: Para Líderes, Tecnocratas e Oficiais. Características de abordagem "Provisão": como manifestação de elitismo e arrogância; como um método barato na obtenção de votos, avanços e reconhecimentos profissionais; como uma atividade promovedora da dependência comunitária, e, em consequência, perpetuando a apatia e a pobreza. Por que líderes, oficiais e tecnocratas sentem-se ameaçados pelo fortalecimento e esclarecimento da comunidade. Como uma abordagem de facilitação pode beneficiar carreiras de líderes políticos, ajudar nas profissões de técnicos especializados, e promover oficiais. Técnicas de animação social para líderes, técnicos especializados e tecnocratas. Ver: Elaboração de um Programa sobre o Desenvolvimento de Linhas de Ação na Comunidade . Diretrizes. Mobilização de Grupos Comunitários: Para Animadores e Trabalhadores da Comunidade. Técnicas de animação social. Como organizar uma comunidade para que esta se envolva no seu próprio desenvolvimento. Convocação de reuniões comunitárias. O envolvimento de todos, e não apenas de alguns, membros da comunidade. A importância do gênero. Grupos Vulneráveis. Princípios (ex. "É mais provável ajudar aqueles que já se auto-ajudam"). O papel de compartir os alimentos. Histórias e anedotas usadas para mobilizar os grupos. Métodos Alternativos de comunicação comunitária. O problema de cismas e facções na comunidade. O que é "Organização da Unidade" ," e como fazê-la? Despertar consciência e não expectativas. Sem promessas. Comunicar e compartir experiências com outros mobilizadores e animadores. Ver: "Organização da Unidade" . Explicar que decisões comunitárias requerem uma comunidade unificada. Organização do OBC: Para trabalhadores da comunidade. O que fazer quando toda a comunidade se reúne. Estarem certo que o executivo do OBC é a escolha honesta de toda comunidade. Os executivos do OBC como servidores de confiança da comunidade; e não líderes ou aqueles que só dão opinião. Organização do executivo para trabalhar; eficiência e não uma posição de prestígio. A importância da responsabilidade e transparência. Ver: Organização pelo Treinamento. Organização voltada à tomada de decisão ou ação. Avaliação dos Recursos da Comunidade: Para OBCs. Uma avaliação realística deve antecipar ao planejamento. Quais são os recursos da comunidade? Onde estão localizados? Como podem ser utilizados (mobilizados)? Existem impedimentos e limitações? Quais são as necessidades de maior importância para a comunidade? Traçar planos para decisões comunitárias. Instituir o valor monetário ao trabalho doado (empenhos gerenciais, qualificado ou não). Ver: Avaliação da Situação da Comunidade ;Inventário e Mapa da Comunidade. Decidindo as Prioridades da Comunidade: Para OBCs e mobilizadores que organizam os OBCs. O que fazer quando uns querem um coisa e outros querem outra? Quem escolhe? "Organização da Unidade" re-visitada. Necessidades versus desejos da comunidade; Quem vai decidir? Técnicas de intercâmbio de idéias na mobilização de grupos. Ver: Técnica de Intercâmbio de Idéias. Obter um conjunto de decisões criativas de um grupo. Planejamento de um Projeto Comunitário: Para OBCs: Como projetar and planificar um projeto comunitário. Técnica de intercâmbio de idéias, novamente, no processo de tomada de decisão pelo grupo. Elementos essenciais no planejamento do projeto (o problema, as metas, os objetivos, os recursos, as limitações, as possíveis estratégias, a estratégia escolhida, a contribuição pessoal, os materiais necessários, a terra, os equipamentos necessários, o plano de trabalho, os custos, quem faz o que, material suplementar para anexos). Ver: Desenho do Projeto. Como elaborar um projeto comunitário. Como Escrever Propostas Efetivas. Para OBCs, ONGs e Autoridades Locais. Propostas eficientes, e não bonitas. Qual é o efeito desejado? Incorporação do desenho do projeto numa proposta eficiente. Capítulos da proposta. Propostas como técnicas de angariação de fundos. A importância de ter diversos doadores e fontes. Também de utilidade para administradores e lideres do conselho do distrito, na avaliação de propostas dos OBCs. Ver: Redigindo uma Proposta, como obter recursos financeiros de organizações doadoras, e Capítulos na Proposta de um Projeto Comunitário. Arrecadamento de Fundos: Para OBCs e ONGs. Como obter fundos e outros recursos. A própria comunidade representa a sua fonte mais importante de doadores. As duas palavras mais importantes: "Muito obrigado". Manter os doadores a par dos progressos. Evitar o desânimo (nem todos os contatados são doadores potenciais). Encorajamento (a importância do arrecadamento de fundos). A importância da reputação (honestidade, transparência, ética, metas apropriadas, eficiência). Algumas dicas em como angariar fundos. Abordagens diferentes para fontes diferentes. Técnicas diversas. Ver: Aquisição de Recursos. Métodos para uma organização comunitária na obtenção de recursos para projetos Planejamento do Distrito e Participação Comunitária: Para Líderes e Oficiais: Treinamento de Gestão para os líderes e oficiais do distrito. A importância do planejamento ("Se você falha no planejamento, então você planeja para falhar" "Se você não sabe aonde ir, então qualquer estrada lhe servirá"). O método de planejamento "Reverso": começar pelo final (seu objetivo desejado) e terminar com o começo (o que você faz agora e em cada etapa sucessiva). A importância de incorporar projetos e planos da comunidade aos planejamentos do distrito. O método da facilitação, e como adequá-lo à gestão e ao planejamento do distrito. Promoção de liderança proativa e coordenação para ambas ONGs, nacional e internacional, trabalhando na área. Comunicação para e dos OBCs. Técnicas nas tomadas de decisão participativas. Ver: Diretrizes na Elaboração de um Plano de Trabalho. Na elaboração de planos de trabalhos de 3 ou 6 meses A Gestão Comunitária de Pessoal: Para Todos Atores e Acionistas. Embora gestão significa a colocação dos recursos apropriados no lugar e tempo certo; indivíduos são mais que recursos e informações. Eles também representam o resultado almejado no fortalecimento comunitário. Características peculiares dos indivíduos como recursos comunitários. A gestão do trabalho remunerado e não remunerado. Trabalho comum e lealdade comunitária. Reconhecimento e apreciação: a importância do reconhecimento comunitário de doações, particularmente daquelas provenientes do trabalho em comum voluntário. Sensatez a outras obrigações: trabalho, família, lar, funerais, celebrações, rituais e cerimônias. Recuperação de Custos: Para Oficiais e Executivos dos OBCs. Redigindo proposta e outras formas de arrecadamento de fundos podem ajudar na construção de uma instalação comunitária, porem, que fazer com o custo de operação, manutenção e consertos de tal obra? Tarifas únicas. Tarifas para usuários. Tarifas para moradores. Abrir mão de fundos do distrito e nacional às comunidades para manutenção das instalações. Ver: Arrecadamento de Fundos. Métodos de organização comunitária para obtenção de recursos para projetos. Distribuição de Rendas; Para Oficiais e Executivos dos OBCs. Descentralização de cobranças e desembolsos de rendas. Implicações legais. A importância de influenciar, aberta ou secretamente, decisões do poder público e de nível nacional. Como o desenvolvimento de base comunitária pode contribuir em decisões nacionais para a descentralização do desembolso de fundos. Medições do nível de seriedade de um Governo por meio de regras e práticas de desembolso de fundos aos distritos e comunidades. Monitoriamento com Base na Comunidade: Para os OBCs e Animadores. Se você quer ficar na linha, deve ver aonde você anda. A diferença entre monitoramento e avaliação. Progresso não significa as atividades em si; é uma indicação de quanto mais próximo estamos dos objetivos almejados. Por que os objetivos têm que ser medidos e verificados, e não considerados apenas como idéias comuns ou metas. Lembre-se que a comunidade é o principal contribuidor no projeto comunitário, devendo ser o ponto central do monitoramento. Ver: Monitoramento. Princípios e metodologias para o trabalhador de campo. Elaboração de Relatório: Para Executivos dos OBCs e Mobilizadores. Um bom relatório sobre o progresso é a forma mais efetiva de "Agradecimento". Relatório sobre o progresso, não somente relacionado às atividades (progresso significa o grau pelo qual os objetivos foram alcançados). Escreva um relatório para o leitor; os doadores são os leitores desejados, e a comunidade é o doador mais importante. Um relatório com um mecanismo de transparência. A importância de escrever relatórios com frequência, e circular-los a todos com direito de saber o que está sendo feito no projeto comunitário. Ver: Elaboração de Relatório para os Coordenadores do Distrito. Princípios e dicas, Elaboração de Relatório para os Mobilizadores. Desenvolvido a partir des respostas obtidas nas reuniões com mobilizadores. Redação de Relatórios Veja "Porquê?" "O Que?" "Como?" e dicas sobre como escrever relatorios de melhor qualidade, e Um Relatório Modelo. Um folheto de uma página; um modelo utilizado na elaboração de relatórios. Outros Materiais de Treinamento: A lista apresentada não é considerado nem como definitiva ou final. Foi elaborada com base nas necessidades identificadas em Uganda para o Programa PGC. Se um componente do material de treinamento for desenvolvido para um programa regional de apoio aos programas dos países, então seus tópicos devem ser desenvolvidos e modificados (e caso necessário, novos componentes agregados) após e durante um diálogo promovido entre os programas de países, mobilizadores, líderes locais e oficiais, e membros da comunidade. Ver: Treinamento para o Fortalecimento Uma Metodologia para o Treinamento de Gestão da Comunidade. Conclusão; A Necessidade para o Progresso: A lista apresentada acima não apenas constitui uma descrição incompleta, como também seria um erro almejar por uma lista completa. Fortalecendo a comunidade, por meio de aumentar sua habilidade de autogestão, é um processo dinâmico e não uma conversa definitiva. Cada comunidade possui diferentes níveis de poder e participação democrática, provém de origens social, histórica e cultural diversas, possui níveis e tipos distintos de economia, e necessidades distintas. Técnicas variadas de intervenção. Para o processo de fortalecimento ser efetivo e adequado, deve ser sensato, respeitando as necessidades diversas e em transformação, e flexível o suficiente para adaptar-se frente às transformações. Fortalecimento democrático requer um contexto e um processo: um contexto para a facilitação (realizado pela própria gente, tomando as suas próprias decisões em conjunto), e um processo de mudança social. Não existe uma solução única para tudo (uma solução pode ser temporária podendo logo virar num problema). ––»«––Despertar a consciência: © Direitos de autor 1967, 1987, 2007 Phil Bartle
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